Piauí fecha 2025 como o quarto estado com mais queimadas do país

Faltam apenas cinco dias para terminar o ano, e os números que fecham 2025 no Piauí acendem um sinal de alerta que não pode ser ignorado. O estado encerra o ano como o quarto que mais registrou queimadas no Brasil, com mais de 11,6 mil focos, um crescimento de 11% em relação ao ano passado.

À frente do Piauí aparecem apenas Bahia, Pará e Maranhão, este último liderando o ranking nacional com mais de 23,7 mil focos de incêndio. São dados que escancaram uma realidade preocupante: o fogo segue sendo um dos principais vetores de degradação ambiental no país, avançando sobre biomas, ameaçando a biodiversidade, a saúde da população e agravando a crise climática.

Incêndios em vegetação no Piauí dobraram em um ano; agosto já registrou 470 focos | G1

É verdade que há um ponto fora da curva que merece ser registrado. Setembro de 2025 teve o menor número de queimadas no Piauí dos últimos dez anos, um dado que poderia indicar um caminho de reversão. Mas a trégua foi curta. Outubro e novembro, marcados por fortes ondas de calor e queimadas intensas, acabaram impulsionando novamente os números para cima e comprometendo o resultado final do ano.

Esse movimento revela um padrão cada vez mais claro: eventos climáticos extremos ampliam o risco do fogo, especialmente quando se somam a práticas históricas de uso inadequado do solo, fragilidade na fiscalização e respostas ainda insuficientes na prevenção. O incêndio não surge do nada, ele encontra terreno fértil em períodos prolongados de seca, temperaturas elevadas e ações humanas irresponsáveis.

O dado estatístico, por si só, não pode ser tratado como mera curiosidade de fim de ano. Ele precisa servir como instrumento de reflexão e cobrança. O custo das queimadas vai muito além das áreas devastadas: está no ar poluído, nos hospitais lotados, na perda de serviços ambientais e no impacto direto sobre comunidades inteiras.

Encerrar 2025 como o quarto estado que mais queimou no país não é um detalhe menor. É um retrato incômodo de um problema estrutural que exige planejamento, políticas públicas consistentes e compromisso contínuo, não apenas ações emergenciais quando o fogo já tomou conta da paisagem. O ano termina, mas o desafio permanece. E o relógio climático não concede prorrogação.

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