Piauí perde a Codevasf para a Bahia, informa a Veja

Por:Zózimo Tavares

Todos lembram o bordão. Era assim: “Somos do time do Lula e da Dilma”. Ele foi dito e repetido à exaustão na propaganda eleitoral de 2010, no Piauí. Quem jogava nesse time? Os governistas, todos eles: o governador que estava no poder, o que acabara de lhe passar a caneta, os deputados federais candidatos à reeleição e os candidatos a senador. Todos eles.
“O Time da Dilma” ganhou o jogo no Piauí. Um placar elástico. Segundo o Ministério Público Eleitoral, fazendo gol de impedimento e até com a mão. Se houve mesmo ou não lances fora das regras do jogo, não dá para confirmar. O Tribunal Regional Eleitoral, onde correm várias ações sobre a disputa, ainda não se manifestou.
O que se sabe é que, tão logo a presidente tomou posse, ela recebeu do governador do Piauí o pedido para nomeação do irmão dele, Rubem Martins, secretário de Desenvolvimento Rural, para a presidência da Codevasf – Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba.
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, veio ao Piauí duas vezes e confirmou a indicação. Em sinal de gratidão, o governador até pôs uma medalha no peito do ministro. O tempo passou, o governador pressionou e até hoje sua nomeação não saiu. Nem com o presidente nacional de seu partido, o governador pernambucano Eduardo Campos, padrinho do ministro da Integração, dando uma mãozinha.
A revista Veja desta semana publica em sua coluna “Holofote” (página 64), que “Quando assumiu o Ministério da Integração Nacional, em janeiro de 2011, Fernando Bezerra recebeu carta branca para montar sua equipe. Reservou o comando da Companhia do Desenvolvimento do São Francisco para o irmão do governador do Piauí, Wilson Martins. A nomeação, porém, ficou congelada. Há um mês, ele soube que o mesmo cargo foi prometido para o governador da Bahia, o petista Jaques Wagner. Como represália, o PSB decidiu indicar para a CPI (do Cachoeira) o deputado Paulo Foletto, tido como o mais ferrenho adversário do PT na bancada socialista”.
A conclusão que se tira desta nota da Veja: o PSB não está em falta com o governador do Piauí. O partido apoiou o seu pleito. A má vontade foi do Planalto. A presidente preferiu deixar a Codevasf sob o comando de um interino. Ou seja, se o governador do Piauí é mesmo do “time da Dilma”, como apregoava, ele está no banco de reservas.

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.