Por:Cláudio Barros(*)
Mais ou menos uns três anos atrás, um estudante universitário do ciclo de amizades de minha família chegou à porta de nossa casa e me pediu um dinheiro. Alegou que estava em um posto de combustíveis próximo, bebendo cerveja com amigos e tinha se dado conta do esquecimento da carteira. Tudo bem, uma nota de R$ 20 foi para a mão dele. No dia seguinte, um sábado, muito cedo, ele estava novamente à nossa porta, contando a mesma história. Ganhou um conselho: busque ajuda especializada porque você está se drogando.
Conto essa história novamente porque ela é recorrente. Ontem ocorreu de novo comigo. Conto porque ela se repete também com as esmolas que damos nas ruas para crianças que nessa época são lançadas como atrações em um circo de horrores por pais irresponsáveis: aproveitando que as pessoas estão mais dispostas a ajudar, fazem das crianças um meio para amolecer corações e abrir carteiras.
Dar esmolas para crianças e dependentes químicos não é um ato de caridade. Pelo contrário, beira ao crime. Ajuda a manter pais irresponsáveis explorando seus filhos, deixando-os fora da escola e, no caso dos dependentes químicos, a esmola financia o narcotráfico.
É por isso que não existe espírito natalino que me faça abrir a bolsa para dar esmolas. Nem no Natal, nem em qualquer dia do ano.
(*)Cláudio Barros é jornalista
Fonte:facebook