Por Rany Veloso
A Marcha dos Prefeitos, que ocorre nesta semana em Brasília, tem se tornado um termômetro político para as eleições de 2026.
A movimentação é intensa, e os gestores municipais já fazem um balanço parcial dos bastidores políticos.

Mais de 170 prefeitos piauienses estão na capital federal, participando de eventos promovidos por parlamentares e pré-candidatos ao Senado — evidenciando articulações e alianças em formação.

De segunda (19) para terça-feira (20), três encontros voltados exclusivamente aos prefeitos do Piauí foram realizados, todos organizados por possíveis candidatos à única vaga ao Senado em disputa no próximo pleito.
Um dos destaques foi o almoço promovido pelo senador Ciro Nogueira (PP), que reuniu cerca de 150 prefeitos, segundo sua assessoria.

O evento chamou atenção pela presença de políticos da base do governo estadual, como os deputados federais petistas Florentino Neto e Flávio Nogueira, além dos estaduais Ziza Carvalho e Severo Eulálio, presidente da Assembleia Legislativa do Piauí.

Para aliados de Ciro, o encontro reforça sua força política e o apoio expressivo entre os prefeitos.
Em outro momento, a deputada federal e ex-governadora Margarete Coelho (PP) aproveitou a agenda para reforçar sua pré-candidatura ao governo do Estado. No entanto, segundo relatos de prefeitos presentes, a parlamentar não demonstrou proximidade ou articulação direta com os gestores municipais, o que foi visto como um ponto fraco.

Na noite de terça-feira, o senador Marcelo Castro (MDB) promoveu um jantar que também teve forte adesão com cerca de 200 prefeitos. A presença do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, reforçou a percepção de alinhamento entre MDB e o governo federal. “Marcelo está muito forte para o Senado, com apoio massivo dos prefeitos”, comentou um gestor municipal em reserva.

O deputado federal Júlio César (PSD), também pré-candidato ao Senado, aproveitou o jantar de Marcelo para fazer convites diretos a prefeitos para seu próprio evento, marcado para esta quarta-feira.

Já na reunião da Bancada Federal do Piauí, o clima foi mais ameno. Algumas lideranças saíram frustradas com a falta de encaminhamentos concretos. “Muita fala e pouca ação”, resumiu uma fonte que participou do encontro.

A movimentação em Brasília sinaliza que, mais do que uma marcha administrativa, o evento se consolidou como palco de articulação política de olho em 2026. (MN)