Obras enterradas
Em passado não muito remoto, políticos davam de ombros para as obras de saneamento (esgoto e drenagem urbana), porque elas ficam enterradas e se o eleitor não vê não dá voto.
Os impactos de saúde, a conscientização das pessoas e a possibilidade de concessão dos serviços de esgotos para empresas privadas fizeram avançar as obras de saneamento – ao menos na área de esgotos.
O “novo normal”
Para o lugar de obras enterradas que não dão voto, agora tem-se obras, serviços e ações de prevenção para desastres climáticos – que são o “novo normal”
Obras “sem objetivo” e remoções
Obras de prevenção de desastres naturais, como enxurradas e enchentes, em geral poderão ser percebidas como algo “sem objetivo”, sem uso.
E ainda existe uma questão ainda mais impopular: a remoção de pessoas de áreas de risco.
Diques e barragens
Os políticos tendem a “esquecer” diques, barragens de contenção de enxurradas, obras de macro e microdrenagem urbana. E remover pessoas, nem pensar.
Nesse contexto, as tragédias futuras de alimentam dos interesses imediatos dos políticos.
Tô nem aí
Vamos imaginar uma situação de chuvas intensas acima de Teresina, banhada por dois rios.
Milhares de pessoas podem ser afetadas porque há duas barragens de contenção de enxurradas que nunca saíram do papel, a drenagem da cidade é uma lenda e os dois diques de proteção para evitar a invasão das águas foram ocupados por pessoas que agora habitam áreas de risco.
De olho no voto
Políticos fizeram pouco caso dos riscos e das possibilidades futuras de desastres ambientais.
O Ceará faz água
Este ano tem sido de muita chuva também no Ceará, onde 72 açudes transbordaram neste ano, segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
Nesse ano, chuvas acima de média fizeram com que se tenha um aporte de 10,5 bilhões de metros cúbicos aos reservatórios cearenses monitorados pela Cogerh.
O montante já superou todo o ano de 2023, sendo o melhor acumulado desde 2009.
Quem te viu…
Alguém viu o ministro Wellington Dias dando explicações e apontando soluções sobre a tragédia no Rio Grande do Sul?
Pois esse sábio e bondoso senhor não teve essa mesma postura na questão da evitável e criminosa tragédia da barragem de algodões.
Ele sabia
Por sua ordem ou iniciativa, o prefeito da época (parece que Ferdinand) fez o povo ribeirinho retornar as suas casas porque um engenheiro igualmente irresponsável dizia que rasgava o diploma se a barragem rompesse.
O então governador, que era esse atual ministro, ao invés de recorrer a outras opiniões mais abalizadas e menos sabujosas, nada fez.
Flagelo e negligência
Comportou-se muito pior na hora da assistência aos milhares que sobreviveram, pagando migalhas, sendo obrigado aos flagelados criarem uma associação para entrar na justiça contra o governador e o governo buscando uma indenização condigna.
Crime prescrito
A culpa de Wellington e de tantos outros do governo foi constatada no episódio da barragem tanto que ele foi processado, para responder pelo crime que se lhe atribuíam.
Mas como a justiça é o que é o seu crime prescreveu. (Portalaz)