Abandonada tanto pelo governo do Estado quanto pelo do município, a classe artística local não demonstra grande interesse diante do lançamento de um projeto da Secretaria Municipal da Cultura, denominado “Seleção de Projetos Culturais Locais”, lançado em dezembro, destinado a projetos de música, teatro, dança, artes plásticas literatura e publicação de livros.
O valor máximo para cada projeto é de 6 mil reais, sendo que montante total a ser gasto pela prefeitura seria de 60 mil reais.
Só que a classe artística está cansada de projetos e discursos bestas que não passam de palavras soltas ao vento.
Planos & Projetos caem no vazio
Em 2009, durante a realização da Conferência Municipal de Cultura, muitas coisas foram discutidas e definidas, levadas para a Conferência estadual e depois para a nacional e nada aconteceu de lá pra cá.
Eis algumas definições:Reativação do concurso de poesias “R. Petit”, criado na gestão Paulo Eudes; Criação de uma Lei de Incentivo à Cultura, do Conselho Municipal de Cultura e do Fundo de Cultura. Nada prosperou.
Sugeriu-se também criação de escolas de música nas comunidades; criação de um centro de cultura; ampliação do museu do trem; recuperação de todo o complexo da Esplanada da Estação; restauração dos prédios antigos adquiridos na gestão Paulo Eudes, juntamente com o prédio onde hoje funciona o Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba.Aliás, sem Conselho e sem fundo de Cultura não há como receber recursos federais para implementação de alguns projetos.
Os prédios antigos que deveriam ser restaurados, estão localizados na rua 7 de janeiro, totalmente depredados, conforme fotos ao lado:
Orçamento 2012
Em dezembro, por exemplo, falou-se na discussão do Orçamento do Município para 2012, que haveria recursos para realização de festivais de música, concurso literário, etc., recursos que acredito sempre haverem existido no papel, porém, nunca aplicados devidamente. Há também recursos, no Orçamento, para Acultura afrodescendente e Cultura da Diversidade.Como são aplicados?
Prazo de pagamento
Todo mundo sabe que a Secretaria de Cultura tem seu foco quase que completamente voltado para a realização de dois eventos ao ano:Carnaval e festival de folguedos.E quem participa sabe o trabalho que é receber a premiação.Esse novo projeto de financiamento na área de cultura artística está suscitando expectativas.
Segundo o jornal “O Bebem”, última edição, “o valor concedido a cada projeto selecionado é quase insignificante em termos de arte. Visto que o projeto se dirige a “pessoas jurídicas, ou seja, empresas. Montar um espetáculo com menos de 6 mil reais é incentivar o mau amadorismo.Exigir que não se tenha um fim de lucro é também outra exigência que precisa ser revista. O artista tem que ter lucro sim, ao fazer música, teatro, dança….mesmo que seja com verba da prefeitura. Ao lado disso, o pedido de contrapartida é enorme. E, por último, o edital não toca na forma de pagamento, em prazo de desembolso. Os inscritos não sabem como receberão o dinheiro. Nem quando”
Mesmo assim, o jornal parabeniza a secretaria da cultura, gestão Fátima Carmino, por ter criado e lançado o projeto.