na entrevista, Moro disse que Lula é um criminoso vulgar
André de Souza
O Globo
Um grupo de três deputados e seis senadores do PT apresentou uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz federal Sergio Moro . Eles solicitam que o magistrado seja impedido de assumir qualquer outro cargo público. Caso o pedido seja aceito, isso impedirá Moro de assumir o cargo de ministro da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Os parlamentares acusam Moro e Bolsonaro de “troca de favores”, e dizem que o juiz age com parcialidade “gritante” a fim de prejudicar o PT.
Os deputados e senadores citam declaração do vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, de que Moro e Bolsonaro tinham entrado em contato ainda durante a campanha. Para os parlamentares do PT, que já tinham apresentado outra representação contra Moro no CNJ dizendo que ele interferiu no processo eleitoral, a entrevista de Mourão reforça a acusação. Isso porque, faltando poucos dias para o primeiro turno da eleição, o juiz liberou parte da delação do ex-ministro Antonio Palocci com acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT. Isso teria beneficiado a candidatura de Bolsonaro.
IMPARCIALIDADE – Responsável pelos processos da Lava-Jato na primeira instância, Moro está deixando a magistratura para assumir o cargo de ministro da Justiça. Foi Moro quem condenou Lula na ação penal do triplex do Guarujá, processo que acabou levando-o à prisão.
“A imparcialidade do juiz é uma garantia de justiça para as partes. Imparcial é o juiz que não tenha interesse no objeto do processo nem queira favorecer uma das partes. O convite feito durante a campanha eleitoral e divulgado agora não permite dúvida de que o juiz Sérgio Moro abriu mão de sua imparcialidade durante o processo eleitoral para privilegiar a parte em disputa que lhe interessava, em uma atuação que, além de criminosa, é partidária e eleitoreira”, diz trecho da representação dos parlamentares do PT.
GRAMPO DE DILMA – Como outra mostra da parcialidade do juiz, eles também relembram o episódio ocorrido em 2016 quando Moro divulgou interceptações telefônicas entre Lula e a então presidente Dilma Rousseff.
Essas ligações, que deram força ao movimento pelo impeachment de Dilma, foram posteriormente invalidadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É mais um versão da velha desculpa de que Lula seria um preso político, perseguido por regime de exceção, sem direito de defesa e tudo o mais. Na verdade, Lula é apenas um criminoso vulgar, que abandonou os princípios de seu partido e enriqueceu na vida pública. Apenas isso. (C.N.)