PTB salva Wellington

Por:Zózimo Tavares(*)
O empenho do governador Wellington Dias para tentar salvar o mandato da presidente Dilma Rousseff do impeachment foi grande, não resta dúvida. Ele praticamente se mudou para Brasília na semana que antecedeu a votação do relatório na Câmara dos Deputados. E se desdobrou em articulações para barrar o processo. O resultado de tanto esforço, porém, foi modesto.
Da bancada federal do Piauí, cinco votos foram a favor do afastamento da presidente e cinco foram contra. O Estado tem apenas três deputados na oposição – Átila Lira, Heráclito Fortes e Rodrigo Martins, todos do PSB. Estes fecharam favoravelmente ao impeachment desde a primeira hora. Teoricamente, sobraram os sete votos para o governo em sua bancada.
Não foi assim, todavia, que ocorreu. O deputado Júlio César, do PSD, como especialista no assunto, checou as contas do governo Dilma, viu nelas muito disparate fiscal e justificou que não tinha como votar a favor da presidente. A deputada Iracema Portella, do PP, acompanhou a decisão da bancada do seu partido na Câmara e cravou em plenário um voto constrangido contra Dilma.
Muito bem. Em relação aos dois votos do PT, não houve problema. O governador os tinha dentro de casa: um era o da deputada Rejane Dias, sua esposa, e o outro o do deputado Assis Carvalho, seu fiel escudeiro. Assis Carvalho era, aliás, membro da tropa de choque anti-impeachment que o PT montou na Câmara.
O terceiro voto pró-Dilma da bancada do Piauí, o do deputado Marcelo Castro (PMDB), não entrou na contabilidade do governador. Era da cota pessoal da presidente, pelo fato de o parlamentar ter sido seu ministro da Saúde. Marcelo enfrentou o seu partido e foi até o fim com sua decisão pessoal de ficar ao lado da presidente.
O que salvou o governador de um vexame político nacional em uma hora crucial para o governo Dilma foi a bancada do PTB, com os seus dois votos, através dos deputados Fábio Abreu e Paes Landim. Sem eles, Wellington teria chegado e saído de Brasília com apenas os dois votos do PT do Piauí. Ele fica devendo esta aos deputados Fábio Abreu e Paes Landim.

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