Por: Arimatéia Azeved
O Brasil acostumou-se, historicamente, a tratar, com importância invertida, o essencial pelo acessório, reinventando o vice-versa. Simultaneamente, se vê o assunto mais importante do país – a reforma visando uma nova previdência social – ser tratado como mera disputa entre oposição e governo, e internamente, o filho do presidente provoca o vice e versa.
A aprovação dessa nova previdência é o maior projeto de um país, mas muitos, inclusive da esquerda, brincando de proteger ou de abusar da sorte dos 13 milhões de desempregados, quadro este resultante dos governos petistas, por erros e omissões, de Lula (que não mudou a previdência quando podia) e de Dilma, que quebrou o Brasil como não devia.
O bloco político chamado Centrão e parte da base do governo Bolsonaro teimam em pressionar o presidente forçando-o a entrar na nefasta prática do ‘toma lá dá cá’, ao invés de votar patrioticamente. Pelo menos uma vez na vida.
No Brasil, ao longo do tempo, desde a colônia, até os dias atuais construiu-se escandalosamente uma pirâmide onde os pobres pagam os privilégios dos ricos aposentados e a ‘direita e centro’ pressionam pela manutenção das barganhas que as urnas repudiaram.
No fundo, tanto direita quanto a esquerda (se é que existem no Brasil) querem tão somente manter privilégios. Enfim, num lapso de lucidez, quem sabe, o Congresso Nacional siga legislando pelos seus eleitores desempregados; o presidente e a sua rapaziada usem o silêncio como argumento e o vice use o verso do calado como resposta.