Reeleição de W. Dias: Quem vai aprovar as contas do Governo?

A eleição dessa turma não caiu do céu: o relatório técnico do TCE expõe um mar de irregularidades na gestão de Wellington em ano de campanha (Foto: Gustavo Almeida | PoliticaDinamica.com)

Por: Marcos Melo

É chegada a hora de se conhecer a verdade. As contas do Governo do Piauí no ano da reeleição de Wellington Dias (PT) já foram objeto de análise técnica pelo Tribunal de Contas do Estado.

E a esculhambação é grande. Wellington Dias pegou empréstimo para pagar dívidas de empréstimo. A gravidade disso? É como pagar uma conta de cartão de crédito com outro cartão de crédito, sem ter dinheiro para bancar nenhum dos dois.

Sobrou dinheiro para o esquema de sobrepreço e superfaturamento nas obras de calçamento — que se a polícia investigar de verdade, será a Lava-Jato do Piauí — e faltou para (vejam só!) garantia dos direitos e inclusão da pessoa com deficiência, defesa da sociedade, e os programas Viva Sem Drogas (olha aí uma das principais causas da violência) e Mais Mulher.

O TCE aponta ainda que 12 órgãos da gestão faziam exatamente os mesmos serviço de obras.  

No caso do empréstimo FINISA II, nada menos que 94,55% dos recursos de investimento foram destinados a obras pulverizadas de calçamento, com o conhecido superfaturamentobaseado propositalmente na distorção da tabela de referências de preços com valores de São Paulo (bem mais caros que do Piauí). Ser exatamente ano de eleição terá sido coincidência?

A farra foi boa para os deputados que estavam ocupando como verdadeiros comitês de campanha a Defesa Civil, DER, IDEPI, Secretaria das Cidades, SEINFRA, SETRANS, SETUR e outros.

Nada poderia explicar um julgamento em que os conselheiros do TCE não recomendem a reprovação das contas.

A GRANDE BALELA

Volta e meia se tem notícia de um tal Planejamento Plurianual, o PPA, que o senhor governador Wellington Dias alega ser o estudo do caminho de desenvolvimento que será seguido por sua gestão. Pois bem, a análise feita pelo TCE aponta que o dinheiro que o petista torrou em 2018 não financiou PPA nenhum.

APERTEM OS CINTOS, O PILOTO SUMIU

O aumento do endividamento do Piaui, além de ter sido confirmado pelo relatório técnico do TCE, parece ter sido agravado pelo descontrole. Diz o relatório: “Em relação à gestão fiscal do Estado, foi confirmada a situação de aumento no endividamento, insuficiência de disponibilidade de caixa para fazer face às obrigações assumidas, ausência de previsão orçamentária para garantir o empenho de despesas obrigatórias e atingimento do limite prudencial nas despesa de pessoal, entre outras ocorrências”.

O avião está sem piloto.

RENÚNCIAS FISCAIS

Descontrole interno, ales, é generalizado. O TCE não encontrou parâmetros bem definidos sobre as concessões de renúncias fiscais nem qualquer papel que indique monitoramento delas. Ou seja: pode haver benefícios ilegais e estrategicamente desvantajosos para as contas do Estado.
Como no caso dos benefícios concedidos, por exemplo, ao Grupo Petrópolis — Cervejaria Itaipava –, empresa investigada na Lava-Jato.

NÓS CONTAMOS

Ricjardeson Rocha Dias, contador geral do Estado. Apesar do sobrenome, não há notícias de que ele seja parente do governador Wellington Dias. Infelizmente, para ele.

É que Ricjardeson é o nome mais citado em todo o relatório das contas de 2018 como responsável por informações que estão em desconformidade com regras, métodos e leis. Logo em seguida vem o do próprio governador.

E se não é parente, cidadão, no final Wellington não vai segurar a sua mão. (Política Dinâmica)

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