Caminha para um desfecho previsível a relação entre o governador Wilson Martins e o PT, ou seja, o enfraquecimento das duas forças políticas vitoriosas nas eleições de 2010. Aliás, começam a contrariar a lógica na qual lograram sucesso, a idéia de continuidade, de “seguir mudando”.
Os dois campos parecem hoje querer medir forças. De um lado, aliados do governador e o próprio Martins ainda com mágoas de como fora tratado na escolha da sucessão de Wellington Dias que o empurra para o rompimento com o PT. De outro, petistas descontentes que vem sendo tratados a pão e água neste segundo mandato.
A favor do governador tem a caneta com o poder de nomear ou não cargos de confiança na administração pública, sem falar dos convênios que tem autoridade para firmar com as forças políticas que lhe dão sustentação
Martins tem uma base de sustentação ancorada principalmente no PMDB e ampliada com pequenos partidos que lhe dão maioria na assembléia legislativa. Tem fôlego político para garantir maioria, mesmo que o PT saia da sua base e até mesmo trocá-lo pelos tucanos.
Muitos dos petistas ainda não cairam na real. O governador agora é Wilson Martins do PSB, que tem um estilo pessoal, diferente de Wellington Dias de administrar e com uma caneta cheinha até 31 de março de 2014, isto se sair como candidato a senador. Caso permaneça ficará até 31 de dezembro do mesmo ano.
Onde está a força do PT? Nos cinco deputados que têm na assembléia, nos dois que tem na camara federal, um senador, 15 prefeitos e uma centena de vereadores.
Ainda a favor dos petistas tem o capital político que ainda não fora totalmente expandido e fincado nos municipios, apesar de possuir diretórios em quase todos eles. Somado a isto a administração petista que saiu bem avaliada pela população, com mais 80% de aprovação.
Em 2004, o então governador Wellington Dias atravessava um momento dificil, com uma oposição forte liderada por Gustavo Medeiros do DEM e Wilson Martins do PSDB. Gustavo ganhou a eleição e foi ser prefeito de União. Martins fora convidado a deixar a oposição ir para o PSB e assumir a secretaria de desenvolvimento rural no governo petista.
Hoje vive-se um momento inverso. Uma parte do PT alojada na administração Martins, teria um imenso prejuizo político caso o partido decidisse retirar-se do governo, principalmente os parlamentares que teriam dificuldades para abrigar suas bases. Quem sabe assim muita gente não voltaria a militar nos movimentos sociais.
Do outro lado o governador Wilson Martins com maioria confortável na Assembléia e que com a saída do PT teria que enfrentar um posicionamento mais duro no parlamento e quem sabe um embate mais forte com os movimentos sociais. Sem falar de mais dificuldades para aprovar seus pleitos junto ao governo federal, cuja presidente é petista.
Se em 2004 a união do PT com Wilson Martins fortaleceu a base do governo e o próprio Martins. Um rompimento agora das duas forças teria efeito contrário.
E o povo onde fica? Será que este não lucraria com a ruptura uma vez que o parlamento e os movimentos sociais teriam uma quantidade maior de críticos e vigilantes da coisa pública e o governador Wilson Martins ficasse mais a vontade para dizer como encontrou a administração deixada pelos petistas?(Acessepiaui)