Por: Arimatéia Azevedo
Uma coisa é certa: se Wilson Martins deixar o cargo, como parece cada vez mais provável, o PMDB vai se assenhorar das partes mais suculentas do Governo, a começar pela Secretaria da Fazenda, passando pela Educação e terminando na Saúde. Hoje, o partido já controla o DER – Departamento Estadual de Estradas de Rodagem – que administra uma carteira de obras no valor de quase R$ 1 bilhão. O dirigente da autarquia, Severo Eulálio Filho, é irmão do prefeito de Picos, Kleber Eulálio, que é um peemedebista com muita história e asas grandes o suficiente para alçar voo solo para onde quiser. No mais, o PMDB ocupa espaços periféricos, suficientes para garantir ações pontuais que favoreçam a quem os comanda. Mas pelo que se desenha, o partido vai estar com a principal cadeira do Palácio de Karnak a partir de abril do próximo ano – com um candidato natural a seguir no comando e, evidentemente, a necessidade político-eleitoral de ocupar os mais privilegiados espaços administrativos. Cabe lembrar ainda que nessas circunstâncias, o desejo aqui e acolá expresso de uma união com o PT é simplesmente gesto de gentileza, mesuras em público. O andar da carruagem tem mostrado que PMDB e PT convivem e se toleram apenas. Na eleição do ano que vem, estão como naquela marchinha de carnaval: “Este ano, meu bem, tá combinado: nós vamos brincar separados”.
