Por Roberto Araújo
A Polícia Civil de Parnaíba concluiu, após 45 dias, o inquérito que investigava o envenenamento de duas crianças em Parnaíba, no litoral do Piauí, no dia 22 de agosto – e que ocasionou a morte de um dos meninos, Miguel, de 7 anos. A investigação concluiu que a vizinha deles, Lucélia Maria da Conceição Silva, foi realmente a autora do crime e a indiciou por homicídio qualificado e tentativa de homicídio, além da qualificadora de motivo torpe.
As investigações apontaram que a suspeita teria envenenado cajus após as crianças subirem no muro da casa dela para pegar frutos em uma árvore. A ação dela seria uma retaliação à ação das crianças, contra quem já havia feito ameaças.
O delegado regional de Parnaíba, Williams Moraes, disse à TV Cidade Verde que os laudos feitos pelo Instituto de Criminalística confirmaram que o veneno encontrado no corpo da criança, onde foi feita a necrópsia, foi o mesmo que foi encontrado na casa da suspeita do crime. Ela está presa desde o dia 23 de agosto, um dia após o crime, após serem encontrados os indícios do crime na casa dela.
“Com o resultado da perícia do nosso Instituto de Criminalística, a gente finaliza esse inquérito, que já foi encaminhado para a Justiça. No laudo pericial foi constatado que o veneno encontrado no corpo da criança, que foi feita a necrópsia, é compatível com o veneno que foi encontrado na casa da senhora que foi presa, levando a concluir os indícios fortes de que foi ela mesmo que envenenou as crianças”, explicou.
De acordo com o delegado, o inquérito também incrementou o motivo “torpe” do crime, já que foi a irritação da mulher com o ato de crianças subirem no muro para pegar uma fruta em uma árvore.
“A qualificadora além do uso de veneno é uma certa banalidade, torpe, futilidade da ação dela, aquela briga com uma criança por causa de uma fruta, e aquela raiva e colocar o veneno dentro de uma fruta sabendo que as crianças iam pegar a fruta. Ai você vê o tamanho da crueldade que é o ser humano”, citou.
Foto: Reprodução
De acordo com o delegado, o Ministério Público já ofereceu a denúncia e, agora, está em ação penal. A mulher está presa e, segundo o delegado, deve permanecer no sistema penitenciário.
“O MP já fez a denúncia dela agora, já está em ação penal, e com certeza o judiciário, vendo o resultado da perícia e conclusão do inquérito, deve mantê-la presa. Uma pessoa dessa não pode conviver no meio social e até mesmo por questão de resguardar a integridade física dela, porque a ação dela com as crianças ninguém sabe a reação da vizinhança”, respondeu.
Foto: Arquivo Cidadeverde.com
Outra criança permanece internada
A outra criança que sobreviveu segue internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). O menino tem 8 anos, é o irmão mais velho do Miguel, de 7, que faleceu poucos dias após o envenenamento.
Ele segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HUT. Ele havia deixado a UTI no dia 6 de setembro, mas seis dias depois, no dia 12, retornou para a unidade.