Deputados protocolam pedido para CPI sobre o derramamento de óleo no Nordeste

Material está poluindo litoral do Nordeste e avançando, desde o mês de setembro

Os deputados da oposição, com apoio da maioria das bancadas do Nordeste, protocolaram um pedido para abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar as causas do desastre ambiental provocado por vazamento de petróleo cru em praias de nove Estados do Nordesteincluindo o Ceará.

O autor da proposta é o deputado João Campos (PSB-PE), que afirma que o governo federal apresentou poucos resultados no trabalho de apuração e combate ao derramamento de óleo. Nesta quarta-feira (23), as manchas de óleo estão próximas ao arquipélagos de Abrolhos, no sul da Bahia.

O documento foi assinado por 280 deputados. Se ao menos 171 assinaturas forem confirmadas, o texto vai para o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) que decide se aceita ou não a instalação das investigações.

“É o maior desastre ambiental em extensão da história do Brasil. Precisamos investigar”, disse Campos. 

“Um crime de imensas proporções e o presidente Jair Bolsonaro está calado. A quem ele está querendo proteger?”, questionou o senador Humberto Costa.

De acordo com o autor do requerimento, o governo foi omisso. “Governo Federal foi omisso frente ao maior desastre ambiental no litoral brasileiro. Acabaram com os comitês que integravam o plano de ação para combater a poluição por óleo em água”, afirmou João Campos. (Diário do Nordeste)

Suspeita de ecoterrorismo ganha força na investigação de petróleo nas praias

Governo cobra da Shell explicação sobre barris de óleo no litoral nordestinoSilêncio de ONGs ambientalistas sobre desastre no Nordeste intriga o governo

O silêncio de ONGs ambientais nacionais e estrangeiras, no caso do petróleo que polui praias nordestinas, intriga os órgãos de investigação e inteligência que rastreiam a origem da poluição. Até em razão do comportamento estridente dessas ONGs no caso das queimadas. A omissão fortalece a suspeita de ecoterrorismo contra o País, a fim de constranger interessados no “mega-leilão” do Pré-sal, no dia 10. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

O governo não bate o martelo na hipótese de ecoterrorismo, mas estranha a omissão das ONGs no desastre das praias do nordeste.

A ONG Greepenace não é suspeita de ecoterrorismo, mas o governo estranhou a movimentação do seu navio na provável área do acidente.

O navio “Esperanza” saiu e voltou 3 vezes da Guiana Francesa, entre 30 de agosto e 5 de outubro, mas não há registro dos destinos.

A ONG Greenpeace explicou que nessa ocasião fez expedições com cientistas franceses para observar e fotografar os Corais da Amazônia.

Após vazamento de óleo, peixes-boi desaparecem de santuário no PI

Bióloga encontra mancha de óleo em santuário de peixe-boi. (Foto: Reprodução/Instagram)

A coordenadora do projeto Pesca Solidária da Comissão Ilha Ativa, Liliana Oliveira, confirmou ao O Dia que registrou manchas de óleo cru misturado ao capim-agulha, um dos principais alimentos do peixe-boi, na região do Estuário, conhecido como santuário dos peixes-boi, em Cajueiro da Praia.

A bióloga destaca ainda que nas últimas semanas os peixes-boi desapareceram da região, e o sumiço pode estar ligado ao aparecimento do óleo nas praias. O local conhecido como Boca da Barra é um dos mais comuns de avistar a espécie, mas mesmo nessa área os animais não têm sido encontrados.

“Em duas semanas, só vimos dois uma vez. Eles sumiram dessa área, por isso estamos fazendo o monitoramento para checar se eles estão com algum tipo de impacto que ainda não vimos”, destaca.

Além do local, também foram encontrados resquícios de óleo cru no capim-agulha na praia da Pedra do Sal, o que pode indicar a presença de um banco de alimentação até então desconhecido pelos ambientalistas.

“Descobrimos há duas semanas porque tinha muito capim na praia e os turistas estavam reclamando que os pés estavam manchados de óleo. Já havia relatos de pescadores de peixes-boi avistados na Pedra do Sal, depois de encontrar esse capim, isso fortalece a hipótese”, destaca.

A Comissão Ilha Ativa, um dos projetos desenvolvidos por voluntários na região do litoral piauiense, está realizando o mapeamento dos pontos das manchas de óleo com o alimento do peixe-boi para evitar a contaminação desses animais. O acompanhamento da fonte de alimentação dos animais marinhos está sendo feito através de mergulhos, mas a transparência da água do litoral dificulta a visibilidade dos bancos submersos.

Até o momento, nenhum peixe-boi morto foi encontrado na região do litoral piauiense. Contudo, duas tartarugas marinhas morreram após contato com o material oleoso. Na necropsia foram encontrados vestígios de óleo no intestino dos animais. Nenhum animal foi encontrado banhado de óleo na região.

Tartarugas mortas tinham vestígios de óleo no intestino. (Foto: Reprodução/Instagram)

Manchas de óleo podem ter chegado a área de mangue

Segundo relato de pescadores, manchas de óleo chegaram a ser vistas em áreas de mangue próximas ao Rio Carpinas. No entanto, por falta de recursos, os voluntários estão com dificuldades para fazer o monitoramento e confirmar a informação repassada pelos pescadores.

“A dificuldade é, além de conhecer um barqueiro que conheça toda a área, precisamos arcar com os custos do combustível da embarcação, porque não é toda embarcação que chega nesse braço de rio, por isso usamos as canoas dos pescadores. Além disso, para eles perderem o dia de pesca, a gente custeia o dia que eles vão auxiliar na busca”, finaliza.

Piauí é o estado menos atingido por manchas de óleo, diz instituto

Imagens recentes do vazamento de óleo em praias do Nordeste chamaram atenção para o empenho de voluntários para diminuir o impacto do desastre ambiental que já dura dois meses. Apesar da situação crítica em vários estados da região, o Piauí é o estado menos atingido pelas manchas de óleo. A informação é do Instituto Tartarugas do Delta, organização não governamental que atua na preservação da fauna do litoral piauiense.Óleo encontrado em Cabo de Santo Agostinho – PE. (Foto: Léo Domingos/Fotos Públicas)

Segundo Werlayne Mendes, vice-presidente do instituto, a situação do litoral é preocupante, mas ainda é estável. As manchas encontradas no litoral são dispersas e podem ser encontradas em praias diferentes. “Muitas vezes a própria maré lava a mancha. A não ser nos casos onde a maré bate, como na Praia do Coqueiro, e pode acontecer de ficar o vestígio”, afirma.

As prefeituras dos municípios de Ilha Grande, Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da Praia, em parceria com o Ibama, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Capitania dos Portos,  atuam no monitoramento das praias para identificar as manchas e fazer a limpeza dos locais afetados. Enquanto o Instituto Tartarugas do Delta está fazendo o acompanhamento da fauna marinha em períodos de maré alta, momento em que os animais retornam para a praia.

Por: Nathalia Amaral

Absorvedor de petróleo mostrado em vídeo não serve para limpar o mar do Nordeste

Durante os testes deste domingo, no litoral pernambucano, o petróleo duro não é absorvido pelo produto, certamente eficaz no caso de derramamento de petróleo do tipo leve, líquido.

Foi frustrante o teste de um produto brasileiro que era esperança de ajuda para limpar o mar do Nordeste das manchas de petróleo. O teste que seria realizado na segunda (21) foi antecipado para a tarde deste domingo e, infelizmente, a eficácia do produto não se confirmou.

O ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente), que determinou os testes, informou ao Diário do Poder que o produto apresentado em vídeo que viralizou na internet é eficaz apenas para óleo leve. O petróleo venezuelano, que chegou às praias nordestinas, é do tipo pesado, quase na forma de piche.

No vídeo que viralizou, um homem se identifica como Guilherme Queiroz, co-fundador e CEO da empresa Biosolvit, startup de tecnologia aplicada, e realiza uma demonstração do produto, um “absorvedor natural” de petróleo, em dois pequenos tanque transparentes, semelhantes a aquários.

No vídeo, Queiroz despeja o que parece ser um copo de petróleo em cada um dos dois pequenos tanques e, em seguida, no primeiro coloca o que afirma ser um polímero sintético, líder no mercado, segundo Queiroz, largamente utilizado no mundo inteiro para absorção de petróleo.

No vídeo, o produto brasileiro impressiona pela capacidade de absorver o petróleo despejado na água, remediando a situação muito mais rapidamente que o polímero sintético. Guilherme Queiroz explica que se trata de uma tecnologia brasileira e está disponível para ser usada.

Testes científicos serão necessários, segundo explicou o ministro Ricardo Salles, até porque as características do óleo venezuelano, mais denso, tipo piche, são distintas de outras formas do produto.

Elana pede ajuda e justiça após praias do nordeste serem atingidas por óleo

A piauiense e ex-BBB Elana Valenária postou nas suas redes sociais, neste domingo (20/10), um vídeo mostrando algumas pessoas fazendo a remoção do óleo que atingiu parte do Nordeste brasileiro. Transtornada com o ocorrido, a morena pediu justiça.

Na legenda, Elana enfatizou a determinação e o trabalho dos nordestinos que nos últimos dias, “arregaçaram as mangas” para tentar remover as imensas manchas de óleo que foram espalhadas em 187 pontos do Nordeste. 

“Povo Nordestino como sempre arregaçando as mangas e indo para a luta, até a última quarta-feira, 187 localidades haviam sido atingidas pelas manchas, de acordo com o Ibama”, disse Elana. 

A morena pediu ajuda para todos aqueles que possam auxiliar no trabalho que vem sendo feito, e finalizou pedindo justiça pelos estragos que a substância vem trazendo para o Nordeste. 

“Nosso litoral precisa da ajuda de TODOS! E que seja identificada a origem e os culpados por esse crime sejam devidamente punidos!”, finalizou. 

Veja o vídeo:

Tartarugas encontradas mortas no Piauí ingeriram óleo, aponta laudo de instituto

Após encontrar pelo menos 11 tartarugas mortas no litoral do Piauí, o Instituto Tartarugas do Delta realizou necropsia em alguns dos animais da espécie “tartaruga verde”. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (16/10)

De acordo com o laudo clínico veterinário, um dos animais apresentou tumores externos, sem a presença de óleo nos órgãos internos e os demais, apresentaram um conteúdo escuro e manchas escuras na mucosa intestinal, sugestivo de óleo.

Os dois animais mortos com presença de óleo foram encontrados na praia de Barro Preto, na cidade de Luis Correia.

No Piauí, seis praias foram atingidas pelo petróleo que até o momento ainda tem sua origem desconhecida.

Segundo a secretária de Estado do Meio Ambiente, Sádia Castro, não há indicativos de interdição de nenhuma praia do litoral piauiense, mas o monitoramento continua. “Se a população encontrar qualquer vestígio de óleo, reforçamos que não deve tocar ou manipular esse material, é preciso manter cuidado. O ideal a se fazer é entrar imediatamente em contato com a Semar”, esclarece.

Semar informa que praias do Piauí não serão interditadas

Secretária Sádia Castro monitora praias do Piauí ao lado de fiscal da Semar  

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semar) vem realizado o monitoramento das ocorrências de manchas de óleo no litoral piauiense por conta do derramamento que atingiu o Nordeste do Brasil ainda no mês de setembro. Visando discutir ações conjuntas, uma reunião foi realizada na tarde dessa segunda-feira (14/10) no auditório da Capitania dos Portos do Piauí. As informações são do Portal Costa Norte.

Além da formação de um grupo de trabalho envolvendo os órgãos de controle ambiental, bem como representantes das prefeituras dos quatro municípios da região (Parnaíba, Ilha Grande, Luís Correia e Cajueiro da Praia), outro ponto discutido no encontro foi o fato de que, pelo menos por enquanto, não há possibilidade de interdição das praias do Piauí, ao contrário do que chegou a ser divulgado.

A secretária estadual do Meio Ambiente, Sádia Castro, informou que o Piauí foi um dos estados menos atingidos pelo derramamento do óleo e que desde o dia 30 de setembro não há registro de manchas em nenhuma praia nos 63 quilômetros de extensão da costa. A preocupação agora é com as consequências do desastre, não só pela questão ambiental, mas pelo aspecto econômico.

Quem também esteve presente na reunião foi a secretária estadual de Turismo, Carina Câmara. Ela foi categórica ao afirmar que não há perspectiva de interdição de praias no Piauí. “Fomos informadas de que alguns turistas chegaram a desmarcar reservas em pousadas, então estamos aqui para frisar que nossas praias continuam belas e seguras para a visitação”, disse. (Emanuel Oliveira)

Governo cobra da Shell explicação sobre barris de óleo no litoral nordestino

Governo cobra da Shell explicação sobre barris de óleo no litoral nordestinoMinistro do Meio Ambiente mandou questionar sobre barris, mas Shell nega relação com manchas

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) quer que a Shell explique o aparecimento de barris ligados à empresa no litoral do Nordeste. Os barris, que têm a inscrição de um lubrificante fabricado pela empresa, foram encontrados na praia da Formosa, em Sergipe.

O esclarecimento sobre o achado foi requisitado pelo Ibama, a pedido do ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente).

A Shell Brasil esclarece que o conteúdo original dos tambores não tem relação com o óleo cru encontrado em diferentes praias da costa brasileira. “São tambores de lubrificante para embarcações, produzido fora do país. Ibama está ciente do caso”, disse a empresa em nota.

A equipe do presidente Jair Bolsonaro ainda busca repostas a respeito das manchas de óleo em praias do Nordeste brasileiro. O número de pontos atingidos pelo derramamento de petróleo tem aumentado nos últimos 30 dias, mas ainda não se sabe a origem do vazamento.

Barris de óleo encontrados em praias de Sergipe com a marca Shell. Fotos: Adema

Análises do Ibama e da UFBA (Universidade Federal da Bahia) apontaram que o óleo é venezuelano, o que o governo do país nega. Em comunicado conjunto, o Ministério do Petróleo e a empresa estatal de petróleo PDVSA disseram que não receberam nenhum relato de clientes ou subsidiárias sobre vazamentos de petróleo perto do Brasil.

Simulações de computador feitas por pesquisadores indicam que a origem das manchas de óleo nas praias do Nordeste está no alto-mar, a pelo menos 400 km da costa. (Folhapress)