Governador e aliados no Tribunal de Contas
O governador Wellington Dias reuniu as principais lideranças de sua campanha e saiu em peregrinação pelos órgãos de controle externo. Primeiro, esteve no Ministério Público Estadual. Depois, foi ao Tribunal de Contas do Estado.
Ele declarou que foi a estas instituições manifestar seu apoio ao trabalho delas. O que ele queria, na verdade, era se queixar aos seus dirigentes das últimas operações feitas em secretarias de estado e outros órgãos governamentais.
Três operações
Somente de agosto para cá, foram três barulhentas operações: Topique, na Secretaria de Educação, para investigar o desvio de R$ 119 milhões do transporte escolar; Natureza, na Secretaria do Meio Ambiente, para apurar denúncias de corrupção ativa, corrupção passiva e associação criminosa, além de crimes ambientais; e Itaorna, nas sedes da Secretaria de Turismo, Secretaria de Desenvolvimento Rural, Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi), Coordenadorias de Desenvolvimento Social e Lazer e Coordenadoria de Combate à Pobreza Rural, bem como na Construtora Crescer, para apurar fraudes em licitações.
Após a visita, ele anunciou que levará os casos ao Conselho Nacional do Ministério Público.
Governador Wellington Dias e aliados no Ministério Público
Portas fechadas
O governador reclamou da realização dessas operações em plena campanha eleitoral. Deu a entender, assim, que o Ministério Público e o TCE devem fechar suas portas e só devem voltar a funcionar depois das eleições.
Com sua ida aos órgãos de controle, o governador criou uma dúvida. Nessas operações, não houve acusações diretas a auxiliares de seu governo, mas a empresas que trabalham para o Estado. Então, por que o incômodo? Por acaso, agora, tem caroço nesse angu?
Outra coisa: quando estava na oposição, Wellington Dias batia ponto com frequência nas portas dos órgãos de controle para exigir fiscalização nos órgãos públicos, sempre com muito barulho na imprensa. E ele tinha uma predileção especial por esse tipo de visita justamente no período da campanha eleitoral.
Por:Zózimo Tavares