Um grupo de 20 trabalhadores realizou, na tarde de segunda-feira (17), uma manifestação na porta da companhia elétrica Equatorial Energia Piauí. O motivo foi a rescisão contratual de centenas de funcionários da Eletrobras. De acordo com os manifestantes, a empresa demitiu praticamente todo o quadro operacional, terceirizando muitos serviços. Estima-se que 1.000 pessoas já foram demitidas desde que a Equatorial assumiu o comando, segundo o Sindicato dos Urbanitários do Piauí (SINTEPI). A manifestação também expôs o problema de falta de energia em Teresina e no interior.
CRÉDITO: RAÍSSA MORAIS
Segundo Marcos Carvalho, representante dos trabalhadores protestantes, os funcionários do setor operacional formado por eletricistas, leituristas e administrativo, foram demitidos sem justa causa e tiveram suas funções substituídas para empresas terceirizadas. “Foi desfeito quase 100% do setor operacional da empresa, que é o coração da empresa, ou seja, eles demitiram todos os funcionários desse setor e após isso precarizou o serviço, tirando mão de obra qualificada e entregando para empresas terceirizadas. Eles fizeram isso com os funcionários da Eletrobras, e com isso quem sofre somos nós pais de família que perdemos nossos empregos e, principalmente, a população que tem mais demora no tempo de resposta dos problemas”, disse.
A manifestação teve como objetivo pedir a retomada dos empregos, assim como para denunciar para população a troca de profissionais de mão de obra qualificada por empresas terceirizadas. “Nós, que estávamos no setor operacional, já estamos há anos no sistema trabalhando, e sabemos de todos os problemas que acontecem, nós diminuímos até o tempo hábil de normalizar os problemas para os consumidores, e com a nossa partida quem vai entrando agora terá que passar um longo tempo até chegar no nosso nível com anos de muito trabalho, ou seja, já tinha pouco funcionário e agora ficou ainda mais precarizado, e agora se tiver uma chuva, a população vai ficar mais 3 e 4 dias sem energia? A população tem que entender que estamos do lado dela”, acrescentou Marcos.
O eletricista Ricardo de Sousa reforça que a denúncia se refere ao saldo da privatização, que chegou com a falta de energia não só na capital, mas em todo os municípios. “A gente quer fazer um trabalho de conscientização nos bairros junto a associação de moradores. O nosso tempo de resposta era muito rápido comparado com agora, e esse rodízio que a empresa quer fazer, como ela vai treinar esse pessoal, se ela está fazendo esse rodízio com esse serviço terceirizado”, declarou.
Os trabalhadores também vão lutar na Justiça por uma indenização por danos morais, por serem funcionários oriundos de concurso público e serem demitidos em massa só com direitos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e defendem que devem ser realocados para outro órgão público.
Processo de reestruturação econômico-financeira
A reportagem do Jornal Meio Norte entrou em contato com a assessoria de comunicação da Equatorial Energia Piauí, que informou por meio de nota que a administração da companhia elétrica segue totalmente comprometida com o necessário processo de reestruturação econômico-financeira em curso na empresa e este reequilíbrio passa necessariamente pela urgente adequação do quadro de pessoal à real necessidade operacional da Companhia. (Com informações MN)