Os integrantes do governo federal comemoram o troféu da ONU, que reconhece o Brasil por ter saído do mapa da fome mundial. A justificativa se baseia nos dados de distribuição dos benefícios sociais, considerados eficazes em reduzir a insegurança alimentar. No entanto, a realidade nas ruas e nas casas mais humildes do país mostra um cenário bem diferente. Infelizmente, muitos desses benefícios são mal aplicados.
Em diversas situações, acabam sendo utilizados para manter vícios, como o alcoolismo e até o uso de drogas, especialmente em comunidades marcadas pela falta de perspectiva. Isso faz com que o auxílio não cumpra seu papel principal: garantir comida na mesa das famílias. Estamos, talvez, diante de um reconhecimento técnico, mas distante da realidade.
A fome pode ter saído dos mapas, mas permanece nos lares. A ausência de contrapartidas mais exigentes nos programas sociais também contribui para o comodismo e para a estagnação de muitas famílias, que não conseguem sair do ciclo de pobreza. Comemoramos um número. Mas esse número, infelizmente, não enche a barriga do povo brasileiro. (Silas Freire)