Uma reflexão sobre leitura no “Dia do Jornalista”

Jornal “Folha do Litoral”, que junto com a “Rádio Educadora de Parnaíba” (onde tive meus primeiro emprego), fazem parte hoje do acervo da “terra do já teve”!

Chamamos a atenção dos nossos poucos leitores para a crônica do escritor e jornalista Pádua Marques, sob o título “ Adeus para aquela que um dia sonhou ser a praça dos poetas!” que reproduzimos em outro espaço deste blog, quando ele diz o seguinte, sobre a realidade do parnaibano com relação à leitura:

Na “finada” Praça dos Poetas havia espaços até para as pessoas lerem um bom livro

(..)Como dar espaço pra que alguém pudesse ler um livro se nem livraria aqui tem? Aqui tem livraria? Dirão alguns que tem sebos. Aqui ninguém gosta de ler, logo não precisa ter livraria nem biblioteca. E se não tem livraria pelo menos tem banca de revista. No centro da cidade têm duas. A Banca do Louro e outra da praça de Santo Antônio. Estranho se dizer que Parnaíba é uma cidade universitária e não tem livraria, biblioteca pública. Tem uma na avenida São Sebastião, mas é um segredo de se saber o que tem, mais parecendo as catacumbas dos faraós no Egito.

Nosso primeiro emprego em Parnaíba foi como revisor do Jornal “Folha do Litoral”, lá pela segunda metade da década de 70, quando não tínhamos ainda completado os 18 anos. O jornal saia sempre às quartas-feiras e sábados. E, nesses dias, grande era a quantidade de pessoas na porta do jornal, querendo um exemplar, gratuitamente. (Eram pessoa de certo poder aquisitivo, muitos viviam jogando sinuca no Bar Parnaíba). Mas a aquisição do jornal na bancas era mínima. Ou seja, não havia interesse na sua compra. E eu já começava a desconfiar que o povo daqui não gostava de ler, porque, caso não fosse de graça, poucas eram as pessoas que compravam nossa publicação. E sempre foi assim, até quando o jornal impresso saiu de moda.

Resumindo: uma “cidade universitária que não tem uma biblioteca moderna, um livraria ou coisa que o valha, não precisa mesmo de Praça dos Poetas. O ex-prefeito Paulo Eudes fez para atender o pedido do amigo e seu secretário, à época, escritor Benjamin Santos, que não procurou sondar a realidade parnaibana dos “poetas” do litoral. Naquela época, como nos dias de hoje, havia muito mais vaidade, ego inflado, do que poesia na alma. (Por:Bernardo Silva)

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