Convite à reflexão:
Reportagem da Folha de São Paulo no último fim de semana mostra um quadro preocupante no Brasil que precisa de educação e clama por cultura. O título é: Escolarizado é maioria entre desocupados
Diz a matéria que diferentes trajetórias revelam o novo perfil do desemprego no Brasil. Em 2010, 60% dos desempregados tinham 11 anos ou mais de estudo, e 33,6%, até oito anos.
Esse retrato mostra mudança significativa em relação a 2002, quando os menos escolarizados (até oito anos de estudo) eram 53% dos desempregados e aqueles com, no mínimo, ensino médio completo eram 39,4%.
Os números constam em estudo feito pelo Insper, a pedido da Folha, a partir de dados de seis regiões metropolitanas. O novo perfil é confirmado por levantamento do Dieese em São Paulo, Salvador e Porto Alegre.
Em São Paulo, a fatia dos desempregados com ensino médio ou faculdade incompleta mais que dobrou entre 1999 e 2010: de 20,8% passou para 44%, segundo o Dieese.
A expansão da classe média tem sido acompanhada por procura maior por mão de obra menos qualificada.
Para os especialistas, há ainda um descompasso de expectativas entre quem consegue se formar e as exigências de quem contrata.
Há casos de trabalhadores que se acham qualificados demais para determinadas vagas. Por outro, há empresas que não encontram o perfil de funcionário que buscam.
As opções de ensino são infinitas hoje: Curta ou longa duração, graduação, pós-graduação, mestrado, MBA, Especialização, Distância, etc.. e a palavra melhorar a educação está na boca de cada político deste país.
Mas diante dessa massa intelectualizada desempregada, vale a pena estudar e se qualificar?
Conheço dezenas de pessoas que conhecem dezenas de outras pessoas que estão desempregadas com títulos e mais títulos no currículo, que foram conquistados porque o “mercado exigia”. E conheço dezenas de pessoas que conhecem dezenas de outras pessoas que trabalham e se dão bem em áreas completamente diferentes da sua formação.
São engenheiros, advogados, jornalistas, arquitetos e tantos outros e outras que se esforçaram para cumprir jornadas de complemento na educação.
De duas décadas para cá a palavra de ordem é “educação contínua”.
Agora a realidade: Não conheço um pedreiro, encanador ou eletricista com vaga na agenda para um serviço rápido que necessite conhecimento adquirido na vida, com pais, tios, primos e irmaõs. Você conhece alguém que tenha pedido diploma a esses profissionais para contratá-los para um conserto em sua casa?
Fico imaginando o quanto roda a cabeça de pais com alunos no ensino fundamental sobre o futuro dos seus filhos e como não está a cabeça daquele que deseja aprimorar conhecimentos, mostrar competência em títulos e usá-los como diferencial em currículo.
Como na sociedade moderna e na economia da moda o mercado manda e obedece quem tem juízo, alguma coisa precisa ser feita para mudar esse quadro.
Os mais qualificados devem ser prestigiados e recompensados. Ou a máxima dos últimos anos no Brasil continuará sendo perseguida.
Sem estudar, pode-se chegar até a Presidência da República
Por: Zé Nello