No PT, a lista de pretendentes à chapa de deputado federal em 2026 já não cabe confortavelmente na moldura de oito cadeiras previstas para o estado. Pelo menos nove nomes, entre veteranos e estreantes, disputam lugar no retrato: Zé Santana, apadrinhado de Wellington Dias; Carmelita Castro, que carrega o curioso parentesco com a pré-candidata oposicionista Margarete Coelho; Franzé Silva, ex-presidente da Alepi; Marina Santos, que nem filiada é, mas circula como se fosse; o ex-governador Wilson Martins; e Raíssa Protetora, aposta de renovação. A esses se somam os deputados já na casa: Merlong Solano, Dr. Francisco Costa, Florentino Neto e Flávio Nogueira.

O corte, inevitável se o veto for mantido, deve recair sobre um dos nomes masculinos, exigência da lei eleitoral para manter o mínimo de três candidatas mulheres. É nesse ponto que a aritmética partidária encontra o jogo de xadrez das alianças, cada nome excluído deixa órfão um grupo político, e cada grupo insatisfeito pode custar votos preciosos no quociente. Nos bastidores, já se ensaia o discurso de “unidade possível” para evitar que puxadores de votos acabem atropelando figuras tradicionais.
A oposição observa à distância, com a tranquilidade de quem tem menos cadeiras a defender. O Progressistas, por exemplo, deve manter suas duas vagas, enquanto o PSD de Júlio César manifesta abertamente a dificuldade de reverter o veto no Congresso. “O quórum foi baixo, conseguimos o mínimo possível”, lamentou o deputado. No Planalto, a aposta é de que a decisão presidencial será mantida, e no Piauí, a de que 2026 exigirá mais bisturi que megafone.
Seja qual for o desfecho, o efeito já se sente: o campo governista, acostumado a trabalhar com sobra de espaço, se vê obrigado a medir cada passo. A disputa, que antes parecia uma corrida de fundo com tempo para todos, virou prova de revezamento com poucos bastões disponíveis. E, como se sabe na política, quem não corre no tempo certo, corre o risco de ficar de fora da foto final. (Caroline Vitorino/Gp1)