“Já estamos em colapso nacional […] estamos trabalhando agora para evitar uma tragédia maior”, estas foram as palavras que o governador Wellington Dias escolheu, durante pronunciamento nesta quarta-feira (10/03), para descrever a situação da rede de saúde nacional mediante a pandemia de Covid-19.
De acordo com o chefe do Executivo, a situação do Piauí não é diferente. O gestor frisou que sete das oito regiões do estado alcançaram limite máximo em ocupação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em contrapartida, o governo chegou ao teto na capacidade de aumentar a rede hospitalar.
“Aqui no Piauí… estamos queimando o último cartucho”, declarou o governador. “Quando a gente olha o número de leitos com outras doenças e com covid, a nossa capacidade de aumentar chegou ao teto”, acrescentou. “[…]Estamos perdendo a guerra para o coronavírus. O colapso na rede nacional é uma realidade. Temos que trabalhar agora para evitar uma tragédia. O que fazemos para evitar 2 mil mortes… para que chegue não a 3 mil como está previsto pelo o Ministério. Como fazemos para o Brasil não ser o país do risco para as variante do coronavírus?”, questionou Dias.
NOVAS MEDIDAS
W.Dias convocou uma coletiva para o início desta tarde para anunciar novas medidas de combate ao coronavírus. Na fala, anunciou que governadores firmaram um Pacto Nacional pela Vida. Na prática, o pacto deve reunir ações integradas de combate a pandemia em todo país.
Segundo Dias, o objetivo é “garantir que nenhum brasileiro morra na porta de um hospital”. Questionado pela imprensa, o chefe do Executivo piauiense não revelou quais novas medidas restritivas poderão ser impostas. No entanto, destacou três eixos do pacto:
- Primeiro: medidas nas 27 unidades da federação que possam cortar a transmissibilidade do coronavirus;
- Segundo: celeridade para aprovação de normas para mais vacinas;
- Terceiro: apoio para rede de saúde, que precisa de condições financeiras e de equipamento;
IMPASSE COM BOLSONARO
Governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (Foto: Divulgação) Questionado pela imprensa sobre a possibilidade de um “lockdown geral” no país, Wellington Dias atribuiu a responsabilidade sobre a determinação dessa medida ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Dias, que também é presidente do Consórcio de Governadores do Nordeste, garantiu que o objetivo dos gestores não é “rivalizar” com o Governo Federal. Durante a fala, ele citou as 2 mil mortes diárias que foram registradas no país no últimos dias e disse que o ideal seria a coordenação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
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“[O lockdown] é impossível se não temos como uma medida do governo federal, pois você precisa ter Exército e Marinha como outros países fazem. Chamamos atenção que o Brasil pode precisar disso. A medida feita pelos estados, mesmo com limitações, terá um efeito maior. O que queremos é manter integração. Não queremos ser concorrentes do Governo Federal. Tanto na vacina e rede hospitalar é impossível se não for integrado município, estado e governo. Queremos o ministro na coordenação… o que não vamos ficar é parados. Nós governadores tomamos a atitude de ser proativos”, afirmou.
NOVA MEDIDAS PARA O PIAUÍ
Ainda nesta quarta (10), o governador deve baixar novos decretos suspendendo cirurgias eletivas em todo o estado. Na capital, o Hospital da Polícia Militar (HPM) será transformado em um hospital sentinela destinado exclusivamente ao atendimento de Covid-19. A decisão se deu por conta da estrutura com a qual o hospital conta. O gestor também anunciou mais 40 respiradores que serão enviados após solicitação ao Ministério da Saúde. (Paula Sampaio)