Texto: Zózimo Tavares
Se o governo Wellington Dias fosse um aluno, sem dúvida ele ficaria para recuperação. Ele não chegou a fazer nem o dever de casa. São muitas as notas baixas de seu mandato, em diversas áreas da gestão. Poucas de suas promessas de campanha foram cumpridas. E poucas das obras que já estavam em andamento foram concluídas.
Eis alguns exemplos do fraco desempenho do governo: as escolas da rede pública enfrentam uma nova greve dos professores, porque o Estado não conseguiu pagar o novo piso do magistério, ainda que ele tenha sido parcelado em duas vezes.
Na segurança pública, o Piauí não figura entre os estados mais violentos, porém os assassinatos aumentaram 55% nos últimos cinco anos. Nessa conta não entram os assaltos sem vítimas fatais do dia a dia, as explosões de bancos nem a sensação de insegurança vivida por todos.
Na saúde, muitos hospitais continuam com pouca resolutividade no interior e alguns estão com os dias contatos para fechar, por falta de material e também de pagamento dos terceirizados. Os hospitais e clínicas credenciados pelo Plamta estão sem receber seus pagamentos há quatro meses e ameaçam suspender novamente o atendimento.
Obras inacabadas
No setor de obras públicas, o Estado não foi capaz de terminar as obras dos acessos a Teresina, pelas BRs-316 e 343; não deu andamento à rodovia Transcerrados nem concluiu, sequer, os serviços do Centro de Convenções de Teresina.
Dinheiro não faltou. Nesse período, o Piauí recebeu quase R$ 5 bilhões em empréstimos para fazer obras. Também aumentou por quatro vezes o ICMS para vários setores da economia, inclusive dos combustíveis.
Seu mérito principal concentrou-se na gestão da folha de pessoal, que não sofreu atrasos, como em outros Estados.
Um banho na oposição
A despeito de tudo isso, o governador Wellington Dias lidera com folga a pesquisa de intenção de voto realizada pelo Instituto Opinar e divulgada ontem pelo Grupo de Mídia Cidade Verde – TV, Rádio e Portal.
Ele aparece com 50% das preferências do eleitor, contra 6,75% de Luciano Nunes (PSDB) e 5,75% de Elmano Férrer (Podemos), os pré-candidatos a governador mais citados na sondagem.
O levantamento foi feito no período de 8 a 10 de junho e a pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o Nº 09989/2018. A margem de erro é de 2,97% para mais ou para menos. O instituto entrevistou 1.082 eleitores em 51 municípios piauienses.
Reeleição, um passeio
Em síntese, a pesquisa mostra que o governo foi muito competente para administrar a sua incompetência e a oposição muito incompetente – ou impotente – para mostrar a sua competência.
O resultado é que, a se confirmarem os números da sondagem, a reeleição do governador será um passeio, com vitória folgada ainda no primeiro turno.
Enquanto combatia veemente as iniciativas do governo federal para privatizar empresas, como a Cepisa, no Piauí o governador repassava às mãos da iniciativa privada o patrimônio do Estado, como os serviços de água e esgoto, a Ceasa e as rodoviárias de Teresina, Floriano e Picos, através de PPP’s (Parcerias Público-Privadas).