Duas notas sobre a visita da presidente Dilma Rousseff ao Piauí, na sexta-feira passada. A primeira é que as estrelas do PT piauiense não passaram recibo, mas ficaram um tanto desconfortáveis. É que, durante a visita, houve reiterados instantes de licute entre Dilma e o governador Wilson Martins.
Em outros tempos não muito distantes, no governo Lula, esse chamego todo era visto entre os petistas e o presidente. E os petistas ficaram chateados agora justamente porque não tiveram perto da presidente o espaço que era deles na época de Wellington Dias e Lula.
Daí o visível o incômodo e a ciumeira dos petistas. A presidente Dilma tem outro temperamento. Os petistas piauienses não têm com ela a mesma intimidade que mantinham com o companheiro Lula quando ele estava no poder. O estilo Dilma impõe distância. Com ela, a relação tem protocolo.
No Piauí, a presidente pôs mais lenha na fogueira do ciúme petista: já pensando em 2014 e na importância de uma liderança forte do PSB, não apenas aplaudiu como afagou diversas vezes Wilson Martins, destacando a parceria administrativa e política que tem com ele. Isso doeu nos cotovelos do PT.
A segunda nota: apesar de toda a atenção ao governador, a presidente Dilma pediu mais calma a Wilson, quando ele entregou em suas mãos um pacote de pedidos em favor do Piauí. Segundo ela, o governador pede demais e quer pra este “Natal” os presentes de todos os Natais.
Realmente, o governador não foi moderado nos pleitos. Nem poderia. O Piauí vem perdendo o bonde da história, por falta de investimentos de porte em sua infraestrutura. A presidente sabe disso, pois demonstrou amplo conhecimento sobre a realidade sócio-econômica do Estado.
O que a presidente esqueceu – ou pelo menos fez de conta que não lembrou – é que para um Estado que há vários natais não ganha um presente merecido, como o Piauí, é perfeitamente cabível um governador “pidão”.
Que, agora, enfim, os pedidos sejam ouvidos e atendidos!