Por: Miguel Bezerra (*)
A Banca do Louro é conhecida como a banca de revista mais
famosa da cidade. Localiza-se na Praça da Graça, em frente à Caixa Econômica
Federal e virou um espaço democrático onde se tratam as mais variadas questões:
futebol, política, administração pública, sociedade, questões sobre saúde,
trânsito, cultura, infra-estrutura, geografia, turismo e outros aspectos, que
emolduram o dia a dia da nossa querida cidade, lá são avaliados e discutidos.
famosa da cidade. Localiza-se na Praça da Graça, em frente à Caixa Econômica
Federal e virou um espaço democrático onde se tratam as mais variadas questões:
futebol, política, administração pública, sociedade, questões sobre saúde,
trânsito, cultura, infra-estrutura, geografia, turismo e outros aspectos, que
emolduram o dia a dia da nossa querida cidade, lá são avaliados e discutidos.
Com a morte do inesquecível e original Pedro Alelaf (aquele
do Parnahyba Sport Clube) o senadinho – reunião matinal que acontecia todos os
domingos em sua loja – transferiu-se para a Banca do Louro, aumentando o fluxo
de participantes daquela dileta assembléia dominical.
do Parnahyba Sport Clube) o senadinho – reunião matinal que acontecia todos os
domingos em sua loja – transferiu-se para a Banca do Louro, aumentando o fluxo
de participantes daquela dileta assembléia dominical.
Costuma-se dizer que o presente, o passado e o futuro da
cidade são abordados com o entusiasmo e o bairrismo que só o parnaibano tem. E
como tem. Nenhum povo é tão bairrista quanto o nosso. Ninguém ama tanto a sua
cidade quanto o parnaibano. Ali na Banca do Louro ninguém se preocupa em ler os
jornais ou revistas. Para quê? Se todas as informações atualizadas e
pormenorizadas da semana são abordadas e debatidas no domingo, logo cedo, na
Banca do Louro durante aquela agradável e salutar reunião? Qual o time campeão,
quanto foi o placar, o que o Prefeito, o Governador e o Presidente estão
fazendo de útil, quem matou, quem morreu, quem pegou chifre, quem chifrou, quem
está de carro novo, quem viajou, quem chegou. Os assuntos são os mais variados possíveis e são debatidos com os pormenores que não se
encontram nos jornais e revistas. Não há quem saia de lá desinformado. É um
verdadeiro centro de informações. Lá não tem leitor, tem testemunha.
cidade são abordados com o entusiasmo e o bairrismo que só o parnaibano tem. E
como tem. Nenhum povo é tão bairrista quanto o nosso. Ninguém ama tanto a sua
cidade quanto o parnaibano. Ali na Banca do Louro ninguém se preocupa em ler os
jornais ou revistas. Para quê? Se todas as informações atualizadas e
pormenorizadas da semana são abordadas e debatidas no domingo, logo cedo, na
Banca do Louro durante aquela agradável e salutar reunião? Qual o time campeão,
quanto foi o placar, o que o Prefeito, o Governador e o Presidente estão
fazendo de útil, quem matou, quem morreu, quem pegou chifre, quem chifrou, quem
está de carro novo, quem viajou, quem chegou. Os assuntos são os mais variados possíveis e são debatidos com os pormenores que não se
encontram nos jornais e revistas. Não há quem saia de lá desinformado. É um
verdadeiro centro de informações. Lá não tem leitor, tem testemunha.
Às vezes, dependendo do tema e da empolgação, as discussões
ficam mais acaloradas. Cada um dos participantes defende os seus pontos de
vista com convicção, o que torna o debate bonito de se ver. Lá todo mundo tem
razão, pois a tribuna é livre e democrática.
ficam mais acaloradas. Cada um dos participantes defende os seus pontos de
vista com convicção, o que torna o debate bonito de se ver. Lá todo mundo tem
razão, pois a tribuna é livre e democrática.
Não há cerceamento de tema ou censura a qualquer
participante. É democracia mesmo, na sua mais pura e verdadeira acepção, pois a
praça é do povo.
participante. É democracia mesmo, na sua mais pura e verdadeira acepção, pois a
praça é do povo.
Claro que há pessoas que têm maior freqüência que outras.
Esses assíduos freqüentadores, como se fossem titulares de suas cadeiras, tomam
acento em minúsculos bancos de madeira e ferro, posicionando-os em forma circular,
pois esse desenho geométrico proporciona maior visibilidade dos participantes
da sessão, e começam a discutir os problemas da cidade, como se fossemos
resolvê-los. Existem também aquelas que param apenas para comprar o seu jornal
ou revista e ficam, mesmo sem querer, assistindo às sessões durante alguns
momentos. Muitas vezes não resistem e se atrevem a emitir considerações sobre o
tema que, momentaneamente, está sendo abordado e passam, inclusive, a fazer
parte da reunião. Outras apenas escutam e tomam seu rumo. Esses devem comentar
mais tarde: “esse povo não tem mesmo nada o que
Esses assíduos freqüentadores, como se fossem titulares de suas cadeiras, tomam
acento em minúsculos bancos de madeira e ferro, posicionando-os em forma circular,
pois esse desenho geométrico proporciona maior visibilidade dos participantes
da sessão, e começam a discutir os problemas da cidade, como se fossemos
resolvê-los. Existem também aquelas que param apenas para comprar o seu jornal
ou revista e ficam, mesmo sem querer, assistindo às sessões durante alguns
momentos. Muitas vezes não resistem e se atrevem a emitir considerações sobre o
tema que, momentaneamente, está sendo abordado e passam, inclusive, a fazer
parte da reunião. Outras apenas escutam e tomam seu rumo. Esses devem comentar
mais tarde: “esse povo não tem mesmo nada o que
fazer”.
Todos os dias tem gente sentada nos banquinhos da Banca do
Louro, falando sobre algum tema da moda, fazendo críticas – umas construtivas
outras nem tanto, mas é domingo mesmo que o bate papo é efervescente e a casa é
cheia.
Louro, falando sobre algum tema da moda, fazendo críticas – umas construtivas
outras nem tanto, mas é domingo mesmo que o bate papo é efervescente e a casa é
cheia.
Começa cedo: por volta das 8h30 da manhã. Nesse horário já
estão por lá o Emir e seu hábito de defender intransigentemente o Flamengo e o
Zé Hamilton; o Boi e suas críticas picantes às administrações federal,
municipal e estadual, se contrapondo aos rasgados elogios aos Moraes Souza. Nesse mesmo horário já
estão na praça o Maranhão e seu fiel cachorro que tem ojeriza a político
corrupto. Dizem, inclusive, que a fera ao farejar esse tipo de político
imediatamente o identifica e parte para o ataque. Também cedo a espera dos demais sócios, encontramos o Prof.
Emanuel, flamenguista inveterado e incorrigível como eu.Mais tarde começam a
chegar o Ronaldo e seu senso de humor apurado; o Dão, sempre comedido; o Cavú,
e sua paixão pelas motocicletas. Por falar em Cavú, comenta-se que certa vez ele
teve que se decidir entre uma bela moça, com corpo escultural e uma moto de
1.200 cilindradas. O que ele escolheu? Claro que foi a
estão por lá o Emir e seu hábito de defender intransigentemente o Flamengo e o
Zé Hamilton; o Boi e suas críticas picantes às administrações federal,
municipal e estadual, se contrapondo aos rasgados elogios aos Moraes Souza. Nesse mesmo horário já
estão na praça o Maranhão e seu fiel cachorro que tem ojeriza a político
corrupto. Dizem, inclusive, que a fera ao farejar esse tipo de político
imediatamente o identifica e parte para o ataque. Também cedo a espera dos demais sócios, encontramos o Prof.
Emanuel, flamenguista inveterado e incorrigível como eu.Mais tarde começam a
chegar o Ronaldo e seu senso de humor apurado; o Dão, sempre comedido; o Cavú,
e sua paixão pelas motocicletas. Por falar em Cavú, comenta-se que certa vez ele
teve que se decidir entre uma bela moça, com corpo escultural e uma moto de
1.200 cilindradas. O que ele escolheu? Claro que foi a
possante moto, pois pilotando uma dessas maravilhas, afirmou
ele, poderia ter todas as mulheres que desejasse.
ele, poderia ter todas as mulheres que desejasse.
Senadinho em Festa de fim de ano
À proporção que o tempo vai passando, mais gente vai se
agregando. O Marcos Siqueira vem na sua bicicleta, o Jorge Alves com o seu
rádio ligado na globo. Chega, ainda, o Bernardo Silva que todos os domingos dá
um pulinho na Câmara Municipal para pegar o jornal (uma cortesia
do Poder Legislativo) e depois se junta à grande assembléia. Lá pelas 11 horas
chega aquele que se convencionou chamar de presidente: o Carlos Antonio. Esse é
bem informado. Torce pelo Fluminense e é sócio do Flamengo. Pode um negócio desse?
Logo em seguida outro Carlos se aproxima: é o Araken, sempre discreto. Vez por outra se arrisca a participar de
algumas discussões. Tantos outros se encostam à banca apenas para comprar jornal,
revista ou cigarro, como é caso do Renato Bacelar, do Pedro Souza, do
Machadinho, da Dona Cesalpina e sua inseparável amiga Eliane e muitos outros,
porém todos eles saem de lá muito bem informados antes mesmo de lerem os noticiosos oficiais. Óbvio que não poderia terminar sem falar no Louro, que assiste
a tudo isso sereno e tranqüilo. Com uma fleuma britânica. Ninguém pode ser tão
calmo quanto ele. Quando uma informação está trocada ou equivocada ele salta lá
de dentro da banca e
agregando. O Marcos Siqueira vem na sua bicicleta, o Jorge Alves com o seu
rádio ligado na globo. Chega, ainda, o Bernardo Silva que todos os domingos dá
um pulinho na Câmara Municipal para pegar o jornal (uma cortesia
do Poder Legislativo) e depois se junta à grande assembléia. Lá pelas 11 horas
chega aquele que se convencionou chamar de presidente: o Carlos Antonio. Esse é
bem informado. Torce pelo Fluminense e é sócio do Flamengo. Pode um negócio desse?
Logo em seguida outro Carlos se aproxima: é o Araken, sempre discreto. Vez por outra se arrisca a participar de
algumas discussões. Tantos outros se encostam à banca apenas para comprar jornal,
revista ou cigarro, como é caso do Renato Bacelar, do Pedro Souza, do
Machadinho, da Dona Cesalpina e sua inseparável amiga Eliane e muitos outros,
porém todos eles saem de lá muito bem informados antes mesmo de lerem os noticiosos oficiais. Óbvio que não poderia terminar sem falar no Louro, que assiste
a tudo isso sereno e tranqüilo. Com uma fleuma britânica. Ninguém pode ser tão
calmo quanto ele. Quando uma informação está trocada ou equivocada ele salta lá
de dentro da banca e
rapidamente, com o jornal ou a revista em punho, retifica
essa informação.
essa informação.
Todos nós que fazemos parte do dia a dia da Banca do Louro,
somos como uma grande família que se reúne aos domingos para nos conhecermos
melhor, através das experiências de cada um aproveitando a oportunidade para
ficarmos bem informados, tornando o nosso dia mais afável, esquecendo dos nossos
problemas e de nossas amarguras.
somos como uma grande família que se reúne aos domingos para nos conhecermos
melhor, através das experiências de cada um aproveitando a oportunidade para
ficarmos bem informados, tornando o nosso dia mais afável, esquecendo dos nossos
problemas e de nossas amarguras.
Um dia todos nós passaremos. Essa é a lei da vida. Mas a banca
não. Ela é indelével e estará sempre na mesma praça, no mesmo jardim,
assistindo ao desfile dos mais variados personagens que compõem o cotidiano de
nosso povo.
não. Ela é indelével e estará sempre na mesma praça, no mesmo jardim,
assistindo ao desfile dos mais variados personagens que compõem o cotidiano de
nosso povo.
(*)Miguel Bezerra Neto é Advogado