As mudanças que o governador Wellington Dias pretende – e vai fazer – em seu governo e sobre as quais ele próprio não tem falado, projetam muito mais um cenário eleitoral do que a real necessidade de um ajuste administrativo para dar melhor curso à sua gestão. Nesse caso Wellington pensa mais como político e menos como administrador e o jogo das cadeiras tem por fim lhe assegurar tranquilidade na disputa pelo cargo que ocupa em cuja cadeira pretende permanecer por mais quatro anos. Não é sem razão que a única voz a discordar do governador na Assembleia Legislativa – o deputado Robert Rios, do PDT – repete que o governador só pensa naquilo, sua reeleição. A questão é que enquanto ele arruma o governo para garantir votos, gente que está sendo arrumada não pensa do mesmo modo. O governador está ‘comprando’ uma mercadoria (o apoio eleitoral principalmente do PMDB, em 2018) que dificilmente lhe poderá ser entregue, dadas as divergências internas nos partidos e os interesses pessoais dos seus líderes. É claro que Wellington Dias precisa de apoio político para governar, mas a aliança de agora dificilmente se manterá intacta nas eleições do ano que vem. Cabe lembrar que nem mesmo acordos eleitorais a poucos meses do pleito se sustentam porque, ao contrário do que dizia o empresário Ari Magalhães em sua campanha de deputado federal em 1994, Wellington até tem o que os novos aliados precisam (cargos, obras, espaços de poder), mas eles dificilmente têm o que Wellington quer, os votos.
Acordos fortuitos
Por:Arimatéia Azevedo
