No Piauí, todos juntos e misturados para 2018

Não faz muito tempo, quando havia governo e oposição de verdade, tomava-se cuidado com os conchavos. Eles eram fechados dentro de um certo critério. Havia, então, uma preocupação para que as tais alianças não abalassem a credibilidade de um porque comprou nem do outro porque se vendeu. Esse tempo passou.
Hoje, esses conchavos são feitos publicamente, através da imprensa e das mídias sociais, inclusive com os preços sendo afixados nas prateleiras da política para todo mundo ver. Geralmente, a moeda de troca por voto e apoio político são os cargos públicos, distribuídos fartamente.
O Brasil pega fogo em uma crise econômica sem precedentes. O governo faz ajuste fiscal, cria um teto para os gastos públicos. Vários Estados já decretaram falência. Outros estão a caminho da bancarrota. O Piauí, conquanto seja um dos mais pobres e atrasados da federação, pisa no acelerador dos gastos para financiar acordos políticos.
O governador Wellington Dias foi eleito em 2014 com apenas 11 dos 30 deputados na Assembleia Legislativa. De lá para cá, por conta de articulações dele, o jogo virou. Hoje a Assembleia já paga a 42 deputados. Cada um sai por algo em torno de R$ 100 mil, todo mês. Lá Wellington reina absoluto.
Não é por apoio na Assembleia, portanto, que o governador derrama mais um lote de cargos nas mãos de aliados e até de ex-adversários. É por votos para a sua reeleição. O governador já tem tudo na mão, inclusive elevada aprovação popular, mas, pelo visto, busca a unanimidade.
O Piauí já viu esse tipo de conchavo geral para juntar todos e misturar. Apoiou alguns e rejeitou outros. Ou seja, ele tanto pode funcionar como um massacre sobre quem se aventura a atravessar o caminho do governador quanto pode resultar em efeito bumerangue. O governador já avisou, no entanto, que correr risco é da vida. E, especialmente, da política. E vai pagar pra ver.

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