AH, MINHA MÃE! QUANTA SAUDADE!!!

Maria Joana, minha mãe, que morreu num dia dos pais, dia 8
de agosto de 2004. Ela havia voltado a ser criança há pelo menos 4 anos. Um tal
alemão de nome Alzheimer não a deixou
ter uma idéia do quanto sofríamos vendo-a sentir-se criança, às vezes
adolescente, querendo ir para as matinês com suas amigas; às vezes queria
voltar para o interior onde nasceu, rever os irmãos e os pais (todos já mortos).
Mas ela queria pedir permissão aos pais para ir à festa… E insistentemente
pedia-nos: “quero ir embora…”

A falta que ela me faz, a saudade dos seus afagos, os seus
cafunés, a ausências dos seus conselhos, algumas maneiras meio tortas de nos
demonstrar amor me fazem sentir menor no dia de hoje.

Por que as formas meio tortas de amar? Porque ela ralhava demais com a gente. Passava carão, por nada, Mas, descobri depois,
era para nos chamar a atenção para ficarmos atentos para a vida, que haveria de
nos trazer muitas dores. E ela nos queria decentes, honrados; que
respeitássemos a todos, principalmente os mais velhos; que jamais saíssemos da
linha do equilíbrio…que jamais fôssemos tragados pelas ilusões da vida.

Que saudades, minha mãe! Não soube eu dizer o quanto lhe
amava, o tamanho da sua importância para mim. E nem poderia, porque até hoje
não dá para medir…

Confesso, não entendi direito quando aos 11 anos de idade a
senhora me colocou para trabalhar, duro, a fim de ter o meu dinheiro e poder
depois vir para a cidade  “fazer o
ginásio”. E esta também foi uma das suas infinitas demonstrações de amor.

Dos filhos fui o último a sair de casa, para ter a minha
casa. E, ao que me consta, fui um dos últimos de quem a senhora esqueceu o
nome, por influência desse alemão fdp
de nome Alzheimer.

Hoje vejo o quanto os filhos continuam egoístas, ingratos
para com suas mães. E parece que estão piores do que no meu tempo. Com a mãe do
lado, esquecem o abraço, o beijo; já não pedem mais a bênção…Não sabem que um
dia estarão sem aquela fortaleza e hão de chorar muito, tanto quanto eu choro
agora, sem a minha mãe. No dia das mães…

Por que os filhos maltratam as mães?Porque lhes viram as
costas quanto ela quer dar conselhos, iluminar os caminhos deles?

Hoje, no dia das mães, quantas palavras bonitas, crônicas,
poesias… E quanto vazio. Vazio de sentimentos…

E mãe só quer respeito, que os filhos sejam sempre
iluminados pela luz Divina. Que nós, filhos, entendamos seus “carões”, suas
brigas, suas “ladainhas”… Elas têm sempre uma razão de ser.

Digo a meus filhos: Cuidem bem da mãe de vocês enquanto em
vida. Curtam o amor que ela tem para lhes dar. Agarrem com unhas e dentes a
essência desse amor, que é único. E é bênção na vida de vocês. Amor de mãe é imenso,
infinito, intraduzível…

BENÇÃO, MINHA MÃE, hoje e sempre. Continuo precisando e
dependendo do seu ‘DEUS TE ABEÇOE”.