Por:Arimatéia Azevedo
A operação do Gaeco em Luís Correia revelou que o cartório da cidade era o centro de falsificação de escrituras, envolvendo o tabelião Manoel Nascimento, o filho Caio, ambos acusados de cumplicidade com os grileiros.
O que impressiona é que somente agora essa história vem a público porque os dois já respondem a vários procedimentos dentro do Tribunal de Justiça, por alguns crimes, entre os quais, o de falsidade ideológica.
O mais curioso é que sendo da mesma família, não se sabe por qual procedimento, ou proteção de quem, dentro do Poder Judiciário, pai e filho, incluindo também um irmão de Manoel, comandam três cartórios: o de Luís Correia, o de Água Branca e o de São Pedro do Piauí, fontes preciosas de dinheiro, que os torna opulentos e abastados em se tratando de patrimônio pessoal. Com a diversificação das atividades que os tornam proprietários de academias, postos de combustíveis, imobiliárias, aras, dão-se ao luxo de exibirem até cavalos de raça, como a poldra ‘barbie’, um mimo que na avaliação do mercado, custa acima de R$ 200 mil. Wilson, o irmão de Manoel, chefe do cartório de São Pedro do Piauí, responde a procedimentos investigativos no próprio Tribunal de Justiça desde 2016, por supostas irregularidades sobretudo na lavratura de falsas escrituras.
Além de processos por crimes praticados no trânsito (2ª Vara de Parnaíba), Caio Area Leão, o filho, coleciona processos sobre falsificação de documento público, falso testemunho e agora se vê alvo de mais uma investigação. No momento em que o presidente do Tribunal de Justiça do Piauí Sebastião Martins desengaveta o rumoroso processo do concurso dos cartórios e sinaliza pela celeridade para concluí-lo por esses dias, chega a ser antagônica essa situação de uma só família delinquir usando emolumentos públicos sem que nada se conclua e que resulte em punição a eles.
O grande problema é que além da família carimbada em questão, a operação do Gaeco pode estar alcançando mais gente tão poderosa quanto, contudo, entretanto, o Ministério Público silencia sobre todos.