Após interpretação ambígua, o Planalto desiste do slogan que imitava JK

Temer está sempre se expondo ao ridículo, mas nem percebe

Talita Fernandes
Folha

Depois de ter distribuído um convite que trazia o slogan “O Brasil voltou, 20 anos em 2”, o governo recuou e mudou o mote do evento que será realizado nesta terça-feira (15), em comemoração aos dois anos da gestão de Michel Temer. A nova versão, divulgada pelo Palácio do Planalto no início da noite desta segunda-feira (14), reduziu o nome da cerimônia para “Maio/2016 – Maio/2018: O Brasil Voltou”.

O slogan que falava em 20 anos em 2 era uma referência ao programa de governo do ex-presidente Juscelino Kubitschek –50 anos em 5– que propunha uma política de governo desenvolvimentista.

MARQUETAGEM – O tema havia sido sugerido a Temer pelo marqueteiro do Planalto, Elsinho Mouco, mas que não havia sido aprovada por toda a equipe.

A divulgação do tema, feita pela Folha mais cedo, gerou críticas sobre a dupla interpretação da frase, que poderia ter sentido negativo se a vírgula fosse omitida.

No material que será distribuído durante a cerimônia nesta terça, como uma cartilha com os atos do Executivo, será usada ainda a palavra “avançamos” acompanhada do símbolo de “V de Vitória”, que também representa o aniversário de dois anos da gestão Temer.

HAVERÁ DISCURSO – O presidente deve fazer um discurso sobre as medidas realizadas desde que ele assumiu o poder. Devem ser destacados atos como a reforma trabalhista, as mudanças no Ensino Médio, a aprovação do teto de gastos pelo Congresso e as melhoras em indicadores econômicos, como queda da inflação e da taxa básica de juros.

O emedebista entrou no cargo no dia 12 de maio de 2016, após o Senado aprovar a abertura do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Dois anos depois, o emedebista convive com altos índices de impopularidade.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A pesquisa CNT/MDA, divulgada ontem, levou o Planalto ao desespero. A troika Temer, Padilha e Moreira acreditava que o presidente apareceria embolado com Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e Álvaro Dias, em viés de alta, mas saiu tudo ao contrário. Temer deverá de desistir da reeleição, se não quiser passar vexame. Mas será que ele se importa em fazer papel ridículo? É claro que não. Sua própria vida é ridícula, mas ele nem percebe.(C.N.)  

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