Arroz com chumbinho: defesa de suspeito de envenenar família vai pedir exame de sanidade mental

 Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, suspeito de envenenar e matar quatro pessoas da mesma família | Reprodução/TV Meio

Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, suspeito de envenenar e matar quatro pessoas da mesma família | Reprodução/TV Meio

advogado de Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, suspeito de envenenar e matar quatro pessoas da mesma família em Parnaíba, litoral do Piauí, pretende solicitar à Justiça do estado um exame de sanidade mental para determinar se ele pode ser responsabilizado criminalmente pelas mortes. A informação foi compartilhada com exclusividade à jornalista Cinthia Lages.

Francisco é acusado de adicionar terbufós, um componente do pesticida conhecido como “chumbinho”, em um baião de dois servido no almoço para mais de 10 pessoas do dia 1º de janeiro. Ele está preso preventivamente desde a última quarta-feira (8).

As vítimas do envenenamento foram Francisca Maria da Silva, de 32 anos, Miguel dos Santos, de 18 anos, Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses, e Maria Lauane, de 3 anos. 

ADVOGADO CRÊ NA INOCÊNCIA DO CLIENTE

Em entrevista à jornalista Cinthia Lages, o advogado Antônio de Pádua Júnior afirmou que acredita na inocência de seu cliente e destacou que Francisco, ao tentar se expressar, acaba se contradizendo em suas declarações. De acordo com o delegado Abimael Silva, Francisco mudou sua versão sobre o crime três vezes e foi o único familiar a apresentar uma história diferente das relatadas pelos outros moradores da casa.

“O Francisco, na tentativa de empregar seus conhecimentos para se comunicar, acaba se contradizendo nas declarações”, disse o advogado. “Ele fica procurando a melhor forma de dizer o que ele pensa, o que ele sente ou o que ele viu, ou o que ele acha que aconteceu. Isso faz com que pareça que ele é uma pessoa que possui algum distúrbio. No momento oportuno, se for necessário, irei pedir o incidente de sanidade mental”, afirmou Antônio de Pádua.

A polícia encontrou um baú pertencente a Francisco na casa onde ele morava com a família. A chave era mantida em um cordão que ele usava. Dentro da caixa de madeira, foram encontradas revistas sobre temas como nazismo, racismo e religião.

Além disso, os policiais apreenderam anotações e um livro sobre a formação da SS, o braço militar da organização Schutzstaffel (SS) do Partido Nazista. O delegado Abimael Silva destacou que esse material será fundamental para a investigação e para o entendimento da personalidade de Francisco de Assis.

“Acredito sim na inocência de Francisco. Ele é uma pessoa humilde, trabalhador, aparentemente com uma certa confusão mental. Até na hora de se expressar, ele é uma pessoa que, pelo fato de buscar conhecimento, espaço nas suas leituras, acaba procurando palavras e expressões para poder exprimir suas ideias ou algo que aconteceu, e isso às vezes o leva a entrar em contradição”, disse o advogado.

Relações Conturbadas e Investigações

A polícia informou que Francisco teria chamado os enteados de “primatas” e afirmou que eles “viviam como uma tribo”. A investigação agora se concentra no estudo da personalidade de Francisco, com depoimentos de amigos de infância e colegas de trabalho, que o descrevem como um homem inteligente e dissimulado, que tentava passar uma imagem diferente do que realmente era.

Possível Exumação

A Polícia Civil do Piauí informou que está considerando a possibilidade de solicitar a exumação do corpo do ex-companheiro de Francisca Maria da Silva. Segundo a polícia, a causa da morte inicial foi atribuída a cirrose, devido ao consumo excessivo de álcool, mas a reavaliação do caso pode trazer novas informações.(Cínthia Lages/Ananda Soares/MN)

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