As derrotas para o Senado

Logo que perdeu a eleição, o ex-governador passou uma temporada nos Estados Unidos, desligado dos temas políticos. Até aí tudo bem. Quem deve entrar em cena é quem vence a eleição. Quando voltou, ele continuou em silêncio. Deu uma ou duas declarações pedindo correção de rumo no governo e nada mais disse.
A reclusão voluntária do ex-governador já vem se prolongando além do normal. É certo que em parte o governador Wellington Dias tem colaborado com isso, pois não tem mexido com ele nem instigado seus companheiros a fazê-lo. De certa forma, a postura do governador contribui para desarmar quem já não está com vontade de lutar.
Wilson Martins é o último governador do Piauí com um grande acervo de obras. O que atrapalha a inscrição de seu nome na história como um tocador de obras é que ele saiu do governo antes de concluir as que estavam em andamento, como a duplicação das BRs de acesso a Teresina, o rodoanel da capital e muitas outras obras rodoviárias no interior.
A sua ambição política falou mais alto. Com o lastro de um forte esquema político e tendo pela frente um adversário aparentemente inofensivo, ele não pensou duas vezes: entregou o governo para o vice e correu atrás de sua cadeira de senador. Foi atrás de confirmar também a máxima de que o caminho natural de ex-governador é o Senado. Deu tudo errado.

O revés que sofreu nas urnas não é motivo, entretanto, para manter-se macambúzio indefinidamente.  Tão logo deixaram o poder, todos os grandes governadores do Piauí amargaram derrota na disputa pelo Senado. O primeiro deles foi Leônidas Melo, o maior de seu tempo. Ele governou o Estado por dez anos e perdeu a disputa para o Senado em 1945. Outro ex-governador batido nas urnas foi Chagas Rodrigues, em 1962. E também Alberto Silva, em 1978. Todos, no entanto, se refizeram e chegaram ao Senado depois.(Por:Zózimo Tavares)

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