Na eleição estadual de 2014, o piauiense elegeu 30 deputados estaduais, mas tem pago a conta para manter 39 parlamentares na Assembleia Legislativa do Estado. Esse número poderá chegar a 40 se a Casa convocar o 10º suplente como deverá ocorrer nos próximos meses. A mudança mais uma vez será provocada por interferência do Poder Executivo na Casa.
O governador Wellington Dias (PT) deverá provocar uma nova mudança na composição da Assembleia. Há a expectativa que o deputado, Fábio Novo (PT), assuma a secretaria de Cultura do Estado. A pasta é recém criada e surgiu depois que a Casa aprovou proposta da reforma administrativa do governo, que transforma a Fundação de Cultura do Piauí (FUNDAC), em secretaria.
Novo é o mais cotado para o cargo, mas o governador Wellington Dias poderá decidir também em nomear mais uma vez o deputado Francis Lopes (PRP) para o cargo. Francis é suplente e deixou a extinta Fundac para assumir a vaga de deputado depois que Wellington provocou uma dança das cadeiras no Legislativo ao convocar deputados para assumirem secretarias.
Ele não poderia assumir a vaga de deputado e continuar à frente da direção de uma fundação. De acordo com a lei, deputado só pode se afastar do cargo para assumir secretarias. Esse seria um dos motivos que levou o governador a transformar a Fundac em secretaria. Assim seria mais fácil acomodar aliados políticos.
CONVOCAÇÃO
O suplente convocado será José Hamilton (PT), ex-prefeito de Parnaíba, e aliado político do governador, Wellington Dias (PT). Ele é pai da Ouvidora do Estado e cantora, Soraya Castelo Branco. Na época da nomeação, a artista foi criticada e teve a competência para assumir o cargo questionada.
A convocação de Hamilton ocorrerá independente de Wellington Dias convocar Fábio Novo ou Francis Lopes para o cargo de secretário de Cultura.
DESPESAS CHEGAM A R$ 225 mil
Quando um deputado pede afastamento da Assembleia Legislativa do Piauí para assumir uma secretaria no governo ou na prefeitura, ele ainda continua recebendo o salário de deputado no valor de R$ 25 mil. O suplente que assume no lugar do licenciado também recebe o mesmo salário. Fazendo as contas, os nove suplentes convocados representam um gasto de R$ 225 mil por mês.
Além dos vencimentos existem outros gastos com a verba de gabinete de R$ 80 mil paga a cada parlamentar. Esse recurso é utilizado para custear despesas como pagamento de assessores parlamentares, combustíveis, diárias em viagens, transporte e consultorias fixas ou ocasionais.
Além disso, eles têm direito a verba indenizatória, ou seja, ressarcimentos feitos nas atividades parlamentares. Cada deputado tem direito a R$ 32 mil por mês com as verbas que ajudam nas despesas parlamentares.
Após a polêmica envolvendo os gastos com os suplentes, a Assembleia decidiu não pagar o salário dos suplentes que assumiram, mas logo se afastaram para tomar posse como secretários. Esse é o caso de Henrique Rebelo (PT) que assumiu a Sasc e Ziza Carvalho (Pros), que assumiu a pasta do Meio Ambiente.
Se Francis Lopes também se afastar deverá não receber o vencimento.(Com informações de Lídia Brito)
EDIÇÃO:BERNARDO SILVA
EDIÇÃO:BERNARDO SILVA