Brasília, capital da lambança


Carlos Chagas

Em Brasília, a lambança é geral. Não escapa ninguém. Alvejado por acusações de corrupção enquanto ministro dos Esportes, o governador Agnelo Queirós acaba de punir a Polícia Civil local.  Dois motivos teriam embasado a demissão da Chefe da Polícia, de  43 delegados e de  sete diretores.  Uma, de que a Polícia Civil  havia  gravado, com autorização judiciária, e agora vazadas para a imprensa,  conversas por ele mantidas com o  delator João Dias Ferreira. Na gravação,  o então ministro dos Esportes prometia ajudar o correligionário do PC do B a livrar-se de processos sobre  irregularidades por ele praticadas. A outra razão,  de estar reagindo à greve que paralisa a Polícia Civil da capital federal, com participação da totalidade dos agentes e apoio dos delegados.
Traduzindo: o governador cometeu malfeitos quando dirigia os Esportes. A Polícia Civil vingou-se dele por não haver cumprido a promessa de melhorias salariais, liberando gravações anteriores. A Polícia Civil  deixou a população sem segurança pública, com a greve.   Agnelo  replicou, demitindo todo mundo na cúpula policial.
O que mais pode acontecer? O governador agora é do PT, tendo abandonado o PC do B. Dos 24 deputados da Câmara Distrital, dispõe do apoio de 22. Não teme  a apresentação de pedido de impeachment, quanto mais sua aprovação. Não haverá formação de CPI para investigar o caos.
Enquanto isso,  o governo do Distrito Federal vai de mal a pior. Hospitais públicos postos em frangalhos, trânsito  caótico, ruas transformadas em rios quando chegam as chuvas, cortes permanentes no fornecimento de energia, falta de segurança…
Magno Martins

 

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