Por: Fenelon Rocha
Desde que começou o governo Bolsonaro, o presidente estadual do PSL, Fábio Sérvio, praticamente se mudou para Brasília. Isso provocou reação entre filiados do partido, que reclamam da ausência do responsável, aqui, pela sigla que tem como filiado o próprio Jair Bolsonaro. Fábio Justifica o afastamento pela necessidade de estar presente nas discussões que definem muito da cara do governo recém-iniciado.
? Aqui em Brasília é onde acontece o tiroteio. Aí (Teresina) só escutam o barulho das bombas – , diz ele, dando uma ideia da acirrada disputa que acontece por espaços no governo.
Fábio Sérvio: presidente do PSL diz que está ausente de Teresina para ficar perto da discussão que define os rumos do governo
Fábio Sérvio tem lutado para garantir espaços para o PSL piauiense. Chegou a anunciar a indicação de um nome para ocupar a presidência da Codevasf, a companhia de desenvolvimento das bacias do São Francisco e Parnaíba. Mas até agora nada saiu do lugar, tanto pela indefinição no ceio do próprio governo Bolsonaro quanto pela disputa entre piauienses pela indicação do cargo.
A indefinição interna coloca em confronto duas alas do governo. Uma, liderada pelos xiitas do PSL, querem dar guarita a quem vem com Bolsonaro desde a campanha. A outra, com Onyx Lorenzone à frente, quer ampliar a base de apoio sem fazer muitas exigências. Um exemplo é o senador Marcelo Castro: os xiitas o querem longe; Lorenzone acha que pode dar espaço no governo ao piauiense, com compromissos futuros.
Já no que diz respeito à disputa entre piauienses, há Fábio Sérvio querendo indicar o presidente da Codevasf. E há um grupo de políticos – com os deputados Átila Lira e Júlio César, o senador Elmano Ferrer e o ex-deputado Heráclito Fortes – lutando para manter no cargo o atual presidente, Avelino Neiva.
Esse é o tiroteio que Fábio Sérvio está vendo de perto. Resta saber quem será alvejado na troca de tiros.
Discussão de cargos fica só ‘na vontade’
A bancada federal do Piauí já discutiu critérios para a ocupação dos cargos federais no Estado. Mas, no entendimento do Fábio Sérvio, nada disso tem efeito prático. “Essa definição de critérios e cargos está só na vontade”, diz ele, observando que ainda está longe do próprio governo definir a fórmula que leve às indicações.
Sérvio vai mais além, lembrando que alguns integrantes da bancada tiveram atitudes muito duras contra o atual presidente, à época da campanha. Dito de outra forma: se essa visão prevalecer, a hostilidade de meses atrás tende a passar fatura agora, na hora da indicação dos gestores para as funções federais nos estados.