Candidato não compra briga nem toma as dores de seu eleitor

A solicitação do envio de tropas federais para reforçar a segurança nas eleições de amanhã, no Piauí, feita de maneira reiterada pelo TRE, com o endosso da OAB, e finalmente atendida pelo TSE, atesta o grau de tensão política nos municípios. Historicamente, há maior radicalização nas eleições municipais.

Que os candidatos e partidos radicalizem suas posições é compreensível, especialmente nas vésperas e no dia da eleição. Afinal, eles estão numa luta pelo poder que beira o desespero. Assim, lançam mão de todas as armas ao seu alcance para chegar ao poder ou nele se manter. O lema de quase todos é um só: “O feio é perder”.

O eleitor, por mais que se sinta seduzido a se entregar à paixão da disputa, não deve embarcar nessa. Que trabalhe, que torça pelo seu candidato. Porém, que não perca o bom senso. O uso do mínimo de razão evitará que ele se atire de corpo e alma na campanha ao ponto de cegar diante de quem fez opção diferente da sua.
Os candidatos que hoje se digladiam, em palanques opostos, amanhã poderão perfeitamente estar juntos, abraçando a mesma causa. Quando isso acontece, os ex-adversários dividem entre si o bolo do poder e o eleitor apaixonado é quem sobra. Os exemplos de alianças entre ex-inimigos políticos são notórios e se repetem a cada eleição, em todos os lugares.
Claro que, a estas alturas, a conquista de novos adeptos, especialmente do indeciso, é o objetivo primeiro de quem trabalha numa campanha política. Que essa abordagem seja feita em clima de respeito. E que seja respeitado, igualmente, quem já fez a sua opção política e está firme nela. A convivência pacífica dos contrários é que faz a democracia.
Então, não vale a pena o eleitor perder amigos ou criar inimizades em nome de um candidato, por melhor que ele seja. Seguramente, ele não faria isso pelo eleitor. A eleição não deve se transformar em praça de guerra, mas numa festa da democracia, como se diz em toda parte.
Por: Zózimo Tavares

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