A reportagem também fala que Ciro é um dos grandes articuladores da sucessão para o comando da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, no próximo ano. O senador piauiense, diz o Estadão, também passou a ter forte influência no governo de São Paulo, compondo a cúpula de articulação política na gestão do governador Tarcísio Freitas (Republicanos), que ele trabalha para filiar ao Progressistas.
“Equilibrando-se nesses campos, Ciro tem sido chamado nos bastidores de ‘presidente administrativo’ do País”, diz a reportagem.
O abraço em Lula
A publicação do Estadão também fala sobre as tentativas do presidente Lula de se aproximar de Ciro. O jornal cita que em setembro de 2023 Ciro recebeu recado de emissários do Palácio do Planalto. Lula queria falar com ele com a intenção de levar o Progressistas para o governo.
Ciro Nogueira, que foi ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro, recusou o convite e até brincou com interlocutores. “Em três minutos de conversa com o Lula você se apaixona. Ele é irresistível.”
Porém, no dia 20 de dezembro eles se encontraram. Lula foi ao plenário da Câmara para a promulgação da reforma tributária. Em meio ao empurra-empurra, o petista enxergou Ciro no meio da muvuca, parou e o puxou pelo pescoço para um abraço. Sorriram como velhos amigos, para surpresa de aliados que estavam ao redor e viram a cena.
Ao Estadão, Ciro disse: “O Lula gosta de mim, não é uma coisa política, e eu confio nele. Uma pessoa para não gostar do Lula é difícil. Ele é cativante, mas não posso trair o presidente Bolsonaro”.
Gabinete virtual em SP
O jornal também cita como Ciro passou a ter forte influência em São Paulo. Segundo o Estadão, o senador piauiense montou uma espécie de “gabinete virtual no Palácio dos Bandeirantes”, com acesso livre ao governador Tarcísio. A última cartada foi filiar o secretário da Casa Civil do Estado, Arthur Lima, no PP.
Sob influência de Ciro, Arthur Lima passou a dividir o poder de negociar emendas e cargos com o secretário de Governo paulista, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD. Em São Paulo, Ciro disputa a filiação de prefeitos com Kassab, a maioria deles saídos do PSDB.
Vice-presidente em 2026
Ciro Nogueira já declarou que ser candidato a vice-presidente da República nas eleições de 2026 é uma opção que está em seu radar. Com Bolsonaro inelegível até o momento, Ciro passou a defender o nome do governador Tarcísio para presidente. A senadora Tereza Cristina (PP-MS) também é uma opção lançada por ele.
Ao Estadão, Ciro admitiu que esse é seu objetivo, mas faz uma ressalva: “Sou péssimo em prever o meu futuro”.
Isolamento no Piauí
A reportagem termina falando sobre a situação política de Ciro no Piauí. A publicação cita que o mandato do senador termina no começo de 2027 e que os outros dois senadores do estado, Marcelo Castro (MDB) e Wellington Dias (PT) estão com Lula. Além disso, Ciro é oposição ao governador Rafael Fonteles (PT).
O jornal cita que o senador já esteve junto com todos eles no passado, mas que agora “está isolado”, fazendo uma política própria com prefeitos. O partido de Ciro possui atualmente a maior quantidade de prefeitos no Piauí e o senador tem ainda apoio de gestores de outros agremiações partidárias. (Por:GustavO ALmeida)