COMO ASSIM?

Por:Zózimo Tavares
O governador Wellington Dias ensaiou um protesto contra a desvalorização da Eletrobras Distribuição Piauí,no episódio que levou o governo federal a pedir na última hora a retirada da companhia do leilão de privatização da companhia, na semana passada. Ao mesmo tempo, manifestou ânimo em lutar pela revitalização da empresa, após a suspensão do leilão.
As opiniões do governador foram manifestadas em entrevista à TV Antena 10, ao comunicar a suspensão da venda da Eletrobras Distribuição Piauí. Em Assembleia Geral Extraordinária realizada no último dia 28, segundo o jornal O Globo, a Eletrobras decidiu colocar à venda em 2016 apenas a Celg, distribuidora de energia de Goiás. Além disso, suspendeu a privatização das outras seis companhias que constavam de seu planejamento inicial para este ano, que atendem os estados do Piauí, Alagoas, Acre, Rondônia e Amazonas e a capital de Roraima, Boa Vista.
O governo federal desistiu de vender essas seis distribuidoras devido ao risco de não encontrar interessados. Isso porque essas empresas, incluindo a do Piauí, atravessam grave dificuldade financeira e sofrem com a perda de receita devido ao furto de energia, por exemplo. A Eletrobras informou ainda que não será mais feito aumento de capital dessas seis empresas até o fim de 2016.
A concessão da Eletrobras Piauí venceria dia 29 passado e foi prorrogada por mais sete meses. No início de dezembro, o Ministério de Minas e Energia (MME) havia aprovado a extensão do prazo de concessão dessas distribuidoras por mais 30 anos. Essa prorrogação, segundo o Ministério, exige o cumprimento de metas de qualidade e gestão, inclusive econômico-financeiras. Essas distribuidoras terão de cumprir algumas exigências mínimas da Aneel para que possam ser vendidas no futuro.
Ou seja, o governo federal não desistiu da venda da Eletrobras Distribuição Piauí e das outras cinco companhias que ainda estão estão em suas mãos. Apenas avaliou que este não é o melhor momento.
Estranha, pois, que o governador venha se rebelar contra a desvalorização da companhia, se em seus três mandatos ele pouco brigou para fortalecê-la. E por que Wellington iria defender agora o atual modelo de gestão pública da Eletrobras, se ele está movendo céus e terra para passar à iniciativa privada os serviços de água e esgoto que hoje são administrados pelo Governo do Estado?

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