CPI da Equatorial Piauí pode ajudar a anular venda da Eletrobras

Quem estiver pensando que a CPI da Equatorial Piauí é brincadeira, uma coisa simples, que não vai dar em nada, está redondamente enganado. Ela pode até contribuir no processo que quer anular a privatização da Eletrobras, ocorrida no final do desastrado governo de Jair Bolsonaro.

Deputado Evaldo Gomes vai comandar a CPI

O requerimento com pedido de CPI foi feito pelo deputado Evaldo Gomes, do Solidariedade e assinado por 16 deputados. Um primeiro pedido de CPI contra a Equatorial ficou muito tempo dormindo na gaveta do então presidente da Assembleia Legislativa do Piauí – Alepi, Themístocles Filho, hoje vice-governador do Estado.

Agora, o atual presidente da Assembleia, deputado Franzé Silva, foi um dos que lutaram pela CPI da Equatorial. Ele diz que a empresa é líder em reclamações no Procon, cobra a segunda maior tarifa do Nordeste e presta um péssimo serviço a um custo elevado para o cidadão.

“Os pobres são os mais prejudicados. As reclamações chegam a nós tanto de Teresina como do interior do estado e tanto pessoas físicas como comerciantes sofrem prejuízos”, diz Franzé.

E por que a CPI da Equatorial poderá influenciar na anulação da privatização da Eletrobras? Porque o processo de privatização da companhia piauiense foi e ainda é bastante questionado, inclusive na Justiça.

De acordo com um deputado que participa das reuniões para instalação da CPI, esses questionamentos também foram e são feitos sobre a privatização da Eletrobras, que era a maior empresa de energia da America Latina.

Há suspeitas de que os erros e vícios encontrados nas privatização das concessionárias de energia nos estados tenham se repetido no processo de privatização da Eletrobras. Esses pontos poderão ser esclarecidos agora na CPI da Equatorial na Assembleia Legislativa do Piauí.

Comando da CPI

No início da tarde desta quarta-feira (29), o presidente da Alepi, Franzé Silva, convocou os deputados para definir quem vai comandar os trabalhos da CPI da Equatorial.

A reunião terminou por volta das 14 horas, mas ainda sem definição dos nomes. Ficou decidido que a CPI terá cinco titulares e três suplentes. Todos serão indicados pelos partidos. PT, MDB e PP, indicam dois deputados cada. O  Solidariedade e o Republicanos um cada.

O presidente da CPI deverá ser o deputado Evaldo Gomes (SD), autor do requerimento para instalação da comissão. E relator deverá ser deputado Nerinho, do PT. Mas os nomes só serão confirmados na próxima semana, quando os partidos formalizarem as indicações.

Deputado Franzé Silva, presidente da AlepiPrivatização da Cepisa

A Centrais Elétricas do Piauí – SA, a Cepisa, distribuidora de energia do grupo Eletrobrás no Piauí foi privatizada no dia 26 de julho de 2018. Segundo notícias da época, quem comprou a companhia foi o empresário Jorge Paulo Lemann, que tem uma fortuna estimada em R$ 90 bilhões e é o homem mais rico do Brasil.

O valor do negócio foi de R$ 50 mil, preço de um carro usado, e a empresa usada para o negócio foi a Equatorial Energia, que deu lance único. A privatização da Cepisa ainda hoje é objeto de ações na Justiça.

Lemann, que é dono da Ambev, foi um dos apoiadores do golpe contra a presidenta Dilma Roussef em 2016 e o movimento Vem pra Rua teve seu domínio registrado pela Fundação Estudar, que pertence ao bilionário. Ele também é um dos envolvidos no escândalo da fraude contábil que encobria um rombo de cerca de R$ 43 bilhões aos credores da Americanas S.A.(Luís Brandão)

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