O diretor de Relações Institucionais e Governo da JBS, Ricardo Saud, afirmou em delação premiada ao Ministério Público Federal que o grupo financiou as campanhas de 1.829 candidatos de 28 partidos em todo o Brasil no ano de 2014. O total destinado pela empresa é de mais de R$ 550 milhões. Destes, apenas cerca de R$ 15 milhões não correspondiam a propina. O dinheiro das doações era oriundo do próprio Estado.
As doações foram feitas para os diretórios nacionais, que distribuíram o dinheiro entre os diretórios regionais, que por sua vez teriam entregado para os candidatos, entre eles Ciro Nogueira (PP) e Wellington Dias (PT).
“Edinho [Silva, tesoureiro da campanha do PT] trazia as demandas. Ele trazia pra mim: tem que depositar tanto no PT nacional, tanto na Dilma presidente, tanto no PT dos estados. Todas doações dissimuladas. O dinheiro da campanha inteira, nenhum é dinheiro limpo”, declarou. Ele não explicou exatamente quais pagamentos foram feitos de forma oficial e quais seriam oriundos de caixa 2.
Segundo o jornal Diário do Povo na edição deste sábado (20), o PP estadual recebeu R$ 100 mil no dia 24 de julho de 2014. No dia 1º de outubro de 2014 foram repassados R$ 400 mil. E no dia 30 de outubro do mesmo ano foram mais R$ 145 mil, totalizando R$ 645 mil.
Já o PT do Piauí recebeu R$ 62.550 no dia 27 de agosto. Em 22 de setembro foram recebidos R$ 59.850. Logo após, em 3 de outubro (dia da eleição), o partido recebeu R$ 100 mil. A última remessa data do dia 17 de outubro do mesmo, também no valor de R$ 100 mil. As quatro doações recebidas totalizam R$ 322,4 mil.
“Eleitos foram 179 deputados estaduais, de 23 estados; 167 deputados federais, de 19 partidos. Demos propina para 28 senadores da República, sendo que alguns disputaram e perderam eleição para governador e alguns disputaram reeleição ou eleição para o Senado. E demos propina para 16 governadores eleitos, sendo quatro do PMDB, quatro do PSDB, três do PT, dois do PSB, um do PP, um do PSD”, afirmou Saud na delação.(Politica Dinâmica)