Um projeto do deputado estadual Francisco Limma (PT) pode tornar a comida típica “maria isabel”, símbolo da culinária piauiense, para obtenção do patrimônio histórico cultural do Piauí. O projeto de lei foi lido no expediente e tramita na comissão de constituição e justiça da assembleia de acordo com o sistema do legislativo. Veja o projeto na íntegra clicando no link.
Na defesa do projeto o parlamentar classifica a comida típica maria isabel como “um prato que leva em seu preparo arroz, legumes e carne seca”. O autor da matéria cita o escritor Enéas Barros ao falar da origem do alimento tão popular no estado.
Prato de maria Isabel popular no nordeste
De acordo com o escritor, no início do século 19, um rico e poderoso fazendeiro, comerciante e dono de escravos, Simplício Dias da Silva, obteve como herança de seus pais uma propriedade rural produtora de charque, na então Vila de São João da Parnaíba.
Pelo texto, Simplício, que criava gado, exportava toda a sua produção de couro. Em contrapartida, a carne era utilizada para o preparo de charque. Como o charque era abundante, os escravos, por iniciativa própria, criaram o prato. E o batizaram com o nome de Maria Isabel, esposa do prestigioso senhor.
Outra versão da origem do prato era a de que teria surgido quando mulheres resolveram cortar a carne em pedaços e misturar no arroz para que elas também pudessem comer da proteína, já que, na época, os homens se serviam primeiro e comiam toda a carne. Além dessa, há a versão de que o prato tenha sido criado entre famílias pobres do sertão do Piauí para inserir na alimentação a cerne seca, que era quase que exclusivamente utilizada por tropeiros, homens que viajavam longas distâncias levando alimentos e produtos.
O patrimônio cultural imaterial ou intangível é uma categoria de patrimônio cultural definida pela UNESCO, em 2003. Dizem respeito às expressões culturais e as tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito da sua ancestralidade, àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestem em saberes.
O texto após aprovado na CCJ será apreciado no plenário da Assembleia e em seguida seguirá para sanção do governador. (Tarcio Cruz/O Dia)