Por Rany Veloso
O veto do presidente Lula ao projeto de lei que previa o aumento no número de deputados provocou forte reação entre parlamentares da bancada do Piauí, inclusive entre integrantes do próprio Partido dos Trabalhadores (PT).

A medida é vista como prejudicial à representatividade da região Nordeste no Congresso Nacional, especialmente do estado do Piauí, que perde duas cadeiras na Câmara e seis na Assembleia Legislativa.
Coordenador da bancada piauiense, o deputado Merlong Solano (PT) afirmou que a decisão gerou grande insatisfação entre os parlamentares.
“A repercussão é grande junto à bancada, que vê o Piauí perdendo representação no Congresso Nacional. Assim como o Nordeste”, destacou. Também petista, o deputado Dr. Francisco classificou o veto como “lamentável” e criticou a postura do presidente.
“Muito ruim, prejuízo grande ao Nordeste e, em especial, ao estado do Piauí, que perde duas vagas de deputados federais. Lamentável o presidente Lula intervir em uma decisão do Congresso. Esperávamos que, no mínimo, ele nem sancionasse nem vetasse, e devolvesse ao Congresso para promulgação”, disse. Outro nome do PT piauiense, o deputado Flávio Nogueira, reforçou as críticas.
“Melhor dizer que é um PL que diminui o número de deputados do Nordeste. A região perde muito se esse veto não for derrubado. Lamentável a atitude de Lula”, avaliou.
Da oposição, o deputado Júlio Arcoverde (PP) também lamentou a decisão e chamou atenção para os impactos que o veto trará. “Muito triste. Um prejuízo financeiro e de representatividade para o Piauí”, declarou.
Com a insatisfação generalizada, mesmo entre aliados do governo, cresce no Congresso a articulação para tentar derrubar o veto presidencial e manter o texto original aprovado pelas duas Casas Legislativas.
O projeto aprovado no último 25 de junho no Senado e na Câmara aumenta de 513 para 531 o número de deputados federais, o que poderia gerar uma gasto anual de mais de R$ 100 milhões.
A aprovação ocorreu no prazo final dado pelo STF para a redistribuição das vagas de deputados federais aos estados que estão sub representados de acordo com o censo de 2022.
Sete estados — entre eles, o do presidente da Câmara — poderiam perder cadeiras: Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Outros setes, ganhariam: Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará e Santa Catarina.
Foi Hugo Motta quem pediu a rápida articulação de Alcolumbre a esse projeto, uma vez que a Paraíba possa perder duas vagas.