As expectativas sobre o quarto mandato não são nada boas. O presidente do Tribunal de Contas do Estado, Olavo Rebelo, amigo de longas data de Sua Excelência, foi o primeiro a dar um alerta.
Segundo o presidente do TCE, com uma oposição fragilizada numericamente, é necessário que aquela Corte de Contas reforce a fiscalização, pois 90% das licitações realizadas no Piauí, pelo governo do Estado e prefeituras, são fraudadas. Isso, dito por uma autoridade insuspeita, é muito grave, é gravíssimo e confirma o que boa parte dos piauienses já suspeitava.
O que esperar de um governo que antes mesmo de começar já é colocado sob suspeita pelo presidente do Tribunal de Contas do Estado?
Que expectativa se pode ter de um governante que chega ao quarto mandato sem concluir obras que foram iniciadas na sua primeira gestão?
Obras com denúncias de irregularidades em sua execução, como é o caso do Centro de Convenções, onde fala-se que houve desvios de recursos.
E o que é pior, os cofres públicos ficaram no prejuízo, pois os culpados nunca foram responsabilizados na forma da lei.
Esse quarto mandato, queira Deus que não, mas anuncia-se como um desastre com o estado quebrado que nem arroz de terceira, endividado por tantos empréstimos contraídos por Sua Excelência, pela gastança perdulária dos recursos públicos, a falta de planejamento, a improvisação e, sobretudo, pelo clientelismo político, que é a marca registrada dos governos petistas.
A situação é tão grave que outro aliado de Wellington Dias, o senador Ciro Nogueira (PP) apresentou a Sua Excelência um plano para equilibrar as contas do estado, que inclui a redução do tamanho da máquina pública, com extinção de órgãos e contenção de gastos em todos os setores.
Oportunas e corretas as sugestões do senador, mas é necessário mais que isso para salvar o Piauí de um desastre total no quarto mandato de Sua Excelência.
É imperioso que se adote o sistema do mérito na gestão pública, acabando com o clientelismo e a corrupção, por onde se perdem os recursos que deveriam ir para saúde, educação, segurança pública e outros setores essenciais que vivem à míngua.
Mas essas medidas, ao que parecem, não se ajustam ao figurino de Wellington Dias, ao seu estilo de governo, lamentavelmente.
(*)José Olímpio é jornalista, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí