EDITORIAL: Sem prática, foram à luta com o que aprenderam nas aulas de História

Os maus tratos narrados pelos estudantes arrastados, presos e algemados durante protestos contra o aumento das passagens de ônibus em Teresina têm muita semelhança com as histórias vividas por patrícios de outras décadas, nos porões da ditadura. Num relato publicado pelo Portal Cidade Verde o estudante Antônio Wilson conta: “Fomos algemados nas mãos e nos pés, tratados como bichos. Dormimos no beliche de cimento, sem colchão, na pedra. Não tinha água nem sabão, nem café, quem nos deu isso foram os outros presos. O  chuveiro era só um buraco na parede, que caía água durante dez minutos por duas vezes. O sanitário era um buraco no chão, rodeado por cerâmica”.
Eles afirmam que ouviram dos agentes públicos dos órgãos de segurança expressões como “bem vindo ao inferno” e “se olhar pra mim apanha”, além de terem saído mediante fiança e “garantias” de não se envolverem mais em protestos. Causa arrepios perceber que o germe do autoritarismo e do desrespeito à condição humana ainda reina nos aparelhos de segurança pública. O cerceamento e a tortura, sobretudo a psicológica, ainda faz a suas vítimas. O império da lei, especialmente da Lei Maior, em seu artigo 5º, parece não ter alcançado plenamente, ainda, os entremuros dos estabelecimentos prisionais.Acessse24horas

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