Eleitos já querem mudar de partido

Por:Zózimo Tavares
Dá para confiar nos partidos? É difícil, muito difícil! Mal acabou a eleição, e os eleitos ainda nem tomaram posse em seus mandatos legislativos, e já começou a movimentação pela troca de partidos. No Piauí, vários parlamentares vitoriosos nas urnas em outubro passado já estão em negociações para migrar para outras siglas.
O senador eleito Elmano Férrer – o fenômeno eleitoral de 2014 no Estado – abriu entendimentos com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para mudar de partido. O presidente regional da sigla, deputado federal Júlio César, confirmou ontem o convite do PSD ao novo senador, eleito pelo PTB.
Também está em conversação com o PSD o deputado federal Átila Lira, eleito pelo PSB e homem forte do governo Wilson Martins. Os entendimentos estão avançados. O PSD é partido-auxiliar do PT e do governo, daí o interesse desses parlamentares e de outros mais em conversar com a sigla com a intenção de integrá-la.
Como não há qualquer justificativa plausível para que eles abandonem as legendas pelas quais foram eleitos, o ministro Gilberto Kassab, fundador do PSD, bolou uma artimanha para receber os adesistas. Então, ele está criando o PL (Partido Liberal), que, mais adiante, vai se incorporar ao PSD. Assim, os partidos que perderem filiados não poderão reclamar depois seus mandatos na Justiça.
O senador Elmano quer sair do PTB para continuar na base do governo. Isso não é justificativa. Os outros dois senadores petebistas – Armando Monteiro e Fernando Collor – são governistas. O primeiro é inclusive ministro da presidente Dilma. Átila quer deixar o PSB para voltar a ser governo.
Na Assembleia Legislativa, vários deputados estaduais estão apenas aguardando a decisão dos parlamentes com mandatos federais para também trocarem de sigla. Trata-se de um movimento que pouco contribui para a valorização dos partidos. E menos ainda para o respeito à representação política. O troca-troca de partido se faz meramente por fisiologismo e não por idealismo.

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