“Eu só quero justiça”, diz árbitra Aliete agredida por estudante na UFPI de Parnaíba

Eliete Maria Fontenele 

“Eu só quero justiça. Não posso deixar isso passar em branco porque poderá acontecer com outros amigos de arbitragem. Sou mulher e tenho que lutar também pelas mulheres”, afirmou a árbitra Eliete Maria Fontenele, vítima de agressão durante partida de futsal na Universidade Federal do Delta do Parnaíba na noite desta segunda-feira (03), em entrevista exclusiva ao Portal AZ

Depois de uma confusão generalizada no segundo tempo da partida, Eliete entrou em cena para punir com cartão vermelho alguns atletas. Entre eles estava Rodrigo Quixaba, aluno do curso de Engenharia de Pesca que, após dar um tapa no braço da árbitra, foi advertido com cartão vermelho. Ao ser punido, o estudante agrediu a socos Eliete e depois fugiu. “Ele não aceitou a expulsão. Até agora não estou acreditando”, desabafou. 

Após a agressão, Eliete foi acompanhada por representantes da associação de arbitragem local registrar um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Parnaíba. Depois de ter sido encaminhada ao primeiro distrito, a árbitra realizou exame de corpo de delito. 

Em busca por seus direitos, Eliete tenta retornar ao esporte apitando jogos por onde for chamada. Fortalecida, a árbitra deseja continuar atuando no espaço no qual conquistou. 

“Comecei como jogadora e disso fui para mesa, ser mesária nos jogos. Fui estudando, fazendo cursos e me qualificando. Nos Jogos Escolares meus professores perguntaram se eu queria apitar e eu disse que sim. Então comecei a apitar jogos mirim, infantil e depois comecei a fazer curso de arbitragem. Quando comecei a ter um nível maior, com cursos de salão e campo, fui atuar na quadra. Eu me sinto mais segura ainda. Já tentaram me desqualificar, mas nunca ninguém me derrubou. Sabem do meu potencial”, afirmou. 

Querendo combater a impunidade a esse tipo de agressão, a parnaibana relembra que ao longo da sua carreira nunca passou por esse tipo de situação. “Vou processar [o agressor] também. O que eu puder botar contra ele, eu vou botar. Vou até o final. O que ele fez me feriu muito. Sou árbitra há 20 anos e isso nunca aconteceu. Já joguei também e nunca agredi ninguém. Lógico que eles me xingam. Isso no meu ouvido é como se fosse música, estou acostumada. Mas chegar a me agredir? Eu só quero justiça”, concluiu. 

A Polícia Militar está ainda a procura do agressor que conseguiu fugir logo após o crime. 

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