Por Arthur Cunha – especial para o blog
Acabou o Carnaval e 2019 começou (de fato) no mundo político. Entrando no terceiro ano de suas gestões, os prefeitos brasileiros têm, nos próximos meses, o prazo final para corrigirem eventuais problemas no plano administrativo e prepararem o terreno rumo ao pleito de 2020 – tanto os que tentarão a reeleição quanto os que lançarão seus sucessores. É o ano das “entregas”, onde, segundo os entendidos, as realizações dos governos em questão ficarão marcadas na memória do eleitor. Não se enganem, o tempo até o início da campanha é curto e passará voando. Portanto, prefeitos, mãos à obra porque seus opositores já estão nas ruas atrás de voto.
Mesma lógica para os vereadores que tentarão renovar seus mandatos em 2020. Os que ainda não têm, precisam correr contra o tempo e criar uma marca. O eleitor não engole mais aquela conversa fiada de “vou trabalhar pela saúde e educação”. Você, amigo vereador, necessita ter o que mostrar. Se ainda não fez isso, faça. Graças a Deus a população está cada vez mais vigilante e já não tolera aquela figura que aparece só em tempo de eleição com a cara mais lisa do mundo. A época é a do serviço prestado. Quem não tem, não merece mais a confiança do povo. Vai levar cartão vermelho!
O ano também começou de fato para os governadores de primeiro ou segundo mandato, que tomaram posse no dia 1º de janeiro. E o prognóstico dos próximos quatro anos não é dos melhores. A crise econômica associada à má gestão da máquina pública (na maioria, mas não em todos os casos) continuará sendo um forte empecilho para os chefes dos Executivos estaduais, que têm pela frente inúmero desafios na Segurança, Saúde e Educação. Não bastasse isso, eles ainda precisam viver em Brasília atrás de recursos federais para tirar do papel suas promessas de campanha.
Deputados estaduais, federais e senadores fazem parte de assembleias legislativas e de um Congresso altamente desgastados. Claro que não me refiro a todos. Mas a maioria. Em regra geral, a qualidade dos Parlamentos cai muito com o passar das Legislaturas. Discussões inócuas, brigas de egos e baixa produtividade marcam as casas. Tomara que em 2019 eles acordem e optem por mudar esse conceito negativo. Pois é, para políticos dos três poderes, trabalho tem de sobrar. O que falta é suas excelências pegarem no serviço. Feliz ano novo e vamos produzir!
Movimentado – Ao contrário da maioria, o 2019 de Jair Bolsonaro já começou faz tempo. E está, digamos, movimentado. Com pouco mais de dois meses de governo, o presidente já foi operado de novo, ficou internado, demitiu ministro, pagou pelas besteiras dos filhos e ainda não conseguiu dizer a que veio, entre outros problemas. Agora, ele se prepara para enfrentar uma guerra no Congresso, quando tentará aprovar a sua reforma da Previdência. Só estamos em março e o ano pode reservar muitas surpresas ao ex-capitão.
Postura – Falando nele, o Carnaval é só mais um motivo para polêmica quando se trata de Jair Bolsonaro. O presidente da República tem tudo, menos postura. Ontem, postou no Twitter um vídeo onde um homem aparece masturbando o próprio ânus e depois sendo “urinado” por outro homem, durante um bloquinho. Deixo aqui claro que respeito as orientações sexuais de todos, desde que, para tal, ninguém cometa um atentado ao pudor. Mas o fato é que, ao compartilhar, Bolsonaro só deu mais visibilidade ao episódio.