Governador Wilson Martins
Por ter ojeriza a mentiras, sofri muito durante o período eleitoral quando o então candidato à reeleição, governador Wilson Martins, fazendo aquelas caretas horríveis, dizia que o seu concorrente, Silvio Mendes, era pessimista, não conhecia o Piauí e tal e coisa.
E passava a dizer mentiras, falava do seu hiper otimismo, mostrando na propaganda eleitoral um Piauí bem distante do real que todos conhecemos. E fazia alusões ao “nosso governo” – dele e de Wellington Dias – que haviam feito isso e aquilo e iriam fazer muito mais, até milagres. E a verdade é que, no primeiro governo do W. Dias Wilson Martins era apenas um mero expectador. Coadjuvante.
Agora Wilsão está caindo na real e deixou de viver como se petista fosse; Começa a mostrar também a cara e assumir o Piauí miserável, que deve o que não possui e que chegou a esse estágio porque assumiu compromisso que não pode honrar, tudo em nome de um projeto do PT, cujo objetivo maior era enriquecer os “cobras” do partido, até então simples barnabés, funcionários públicos, com salários sofríveis, apenas. A exemplo do que Lula fez no Brasil, nunca na história deste Estado se aninhou tantos apadrinhados na Folha de pessoa, em cargos comissionados.
Mudando o tom
Agora o governador Wilson Martins já começa falar uma linguagem própria do PSB, alinhado com o estilo do líder maior do seu partido, governador de Pernambuco Eduardo Campos, que juntamente com o governador mineiro Aécio Neves formam o que há de mais promissor para futuras candidaturas a presidência da República.
Faz bem Wilsão quando desincorpora o espírito petista. Lula – o líder maior da sigla – acha-se um Deus. Mais até, quando fala em acabar com a miséria. Pelo que se sabe, Jesus Cristo quando aqui esteve não objetivava acabar com a pobreza, mas defendê-la, orientá-la ensinando o caminho da salvação através do perdão, da solidariedade, do amor ao próximo.E não apenas pregou ou fez discursos bonitos. Exemplificou. Mas Lula e seus asseclas prometem transformar num paraíso este pais, o Paraíso Imaginário do qual falou esta semana o jornalista J.R. Guzzo, da Veja:
Paraíso Imaginário
“De todos os presidentes que o Brasil já experimentou em seus 121 anos de República, provavelmente nenhum teve tanto sucesso em criar um mundo imaginário como Luiz Inácio Lula da Silva. Às vésperas de passar o cargo para a sua sucessora, Lula dá a impressão, pelo menos quando fala em público, de acreditar cada vez mais num Brasil que inventou na própria cabeça – um Brasil curiosamente parecido com o paraíso terrestre que se pode ver todos os dias na televisão, nos anúncios da Petrobrás, do Banco do Brasil e de outros agentes da propaganda oficial.
É como se o presidente assistisse aquilo tudo, na sua poltrona no Palácio do Planalto, e acreditasse, realmente, que está olhando para um documentário com a imagem dos fatos reais: casais felizes, correndo com os filhos em gramados impecáveis, operários entusiasmados, transbordando de alegria em uniformes cortados sob medida e sem a mínima mancha de graxa, rostos de todas as raças com sorrisos luminosos nos lábios, máquinas de última geração, plataformas de petróleo em mar de almirante, fábricas do terceiro milênio, usinas espetaculares,todo um mundo de eficiência, operosidade e riqueza(…).
Este é, hoje, o Brasil do presidente Lula – e o melhor, para ele, é a quantidade de gente que acredita a mesma coisa, ou algo parecido. Se o homem diz que o país vive uma época de ouro (“estamos num momento mágico”, informa ele) e tanta gente concorda, ou tão pouca gente se dá o trabalho de discordar, por que não continuar com a mesma procissão? É exatamente o que Lula vem fazendo (…).” Temos indicadores sociais dos países desenvolvidos”, disse ele tempos atrás- um fenômeno, realmente, em matéria de invenção direta na veia, quando se considera que o Brasil não tem simplesmente nenhum indicador comparável ao primeiro mundo, um só que seja, em áreas fundamentais como educação, saúde, esgoto, transporte coletivo, criminalidade , rodovias, portos, aeroportos e por ao afora.
Não tem competência, sequer, para montar um exame de escola como o Enem -mas Lula está convencido, e convenceu o público em geral, de que isso que se vê aí é o Brasil-potência. Da mesma forma, em sua última viagem à África, falou, ao passar por Moçambique, no prodigioso sucesso da política brasileira de ajuda aos países pobres. Justamente em Moçambique, – onde seu governo prometeu, num acordo assinado em 2003, doar aos moçambicanos uma fábrica de remédios que até hoje, sete anos depois, ainda não conseguiu produzir uma única pastilha contra a tosse (…).
Sua mais recente realização no gênero é dizer que foi “o primeiro presidente que teve coragem” de comprar um Airbus de última geração para a presidência da República. Assim fica tudo muito fácil; se a compra do Aerolula é um ato de bravura, então não há nada que possa estar errado com o seu governo em geral e, menos ainda, com ele em particular. Nem o exame do Enem. Quando o desastre aconteceu, Lula disse que aprova tinha sido um “sucesso total e absoluto” e, como sempre, veio com suas ameaças sobre “gente interessada” no fracasse da sua política educacional. Quando, logo em seguida, achou que perdia mais do que ganhava ao sustentar um disparate desse tamanho, saltou fora de sua convicção sobre o “sucesso total e absoluto” e passou a dizer que o exame poderia ser refeito quantas vezes fosse necessário. E daí? A vida é essa. Como o burrinho pedrês de Guimarães Rosa, Lula nunca entra em lugar de onde não possa sair; seja lá o que diga ou o que faça, sempre resolve seu problema, se alguma coisa der errado, desdizendo o que disse ou desfazendo o que fez. É o mundo da imaginação.