Governo diz que Dilma Rousseff é forte para a reeleição, mas não parece

Por:Zózimo Tavares

Mesmo os órgãos da mídia mais críticos ao governo da presidente Dilma Rousseff têm noticiado que ela anda surfando em elevados índices de aprovação popular. Nesse quesito, Dilma já passou para trás os antecessores, incluindo o presidente Lula, e bate o seu próprio recorde a cada pesquisa.
Com os números em mãos, petistas e aliados da presidente correm aos meios de comunicação para propagar que sua reeleição é tranquila. Enquanto o clima no seio do governo é de euforia, o que se vê é que, ao mesmo tempo, ele se movimenta no sentido de sufocar pretensos adversários da presidente na corrida presidencial.
Primeiro, o governo vem criando todas as dificuldades para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB. Seu nome vem sendo citado como um possível candidato ao Palácio do Planalto nas próximas eleições. O PT passou a hostilizar o ainda aliado, ignorando seu direito legítimo de postular a candidatura presidencial.
Agora, o governo investe pesado contra a ex-senadora Marina Silva, que procura se renovar para disputar outra vez as eleições de presidente da República. Em 2010, ela conseguiu 20 milhões de votos, filiada ao PV (Partido Verde). Marina se articula para concorrer agora pela Rede Sustentabilidade, um partido novo no nome e nas ideias.
Esta semana, a Câmara dos Deputados aprovou projeto que limita os direitos dos novos partidos ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda no rádio e na televisão. Tal medida afeta drasticamente os planos da ex-senadora Marina Silva de criar um novo partido e situá-lo em pé de igualdade com as demais siglas.
O que estabelece o projeto? Que os novos partidos, quando não possuem deputados federais eleitos, têm apenas direito à divisão das parcelas mínimas do Fundo Partidário e do tempo no rádio e na TV. Ora, no ano passado, o Supremo Tribunal Federal concedeu ao nascente PSD tempo de TV e recursos do Fundo proporcionais ao tamanho da bancada que a sigla montou com deputados eleitos por outros partidos, em 2010. A diferença é que o PSD foi lançado com o carimbo de chapa-branca.
Um governo que estivesse efetivamente forte não lançaria mão de tantos casuísmos nem estaria jogando pedras no caminho de partidos ainda sem tanta expressão no quadro eleitoral brasileiro.

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