O governo Lula está gerando revolta entre criadores e produtores de peixe em todo o país ao anunciar a possibilidade de classificar a tilápia como espécie invasora, o que poderia restringir ou até inviabilizar sua criação em larga escala. A medida, caso avance, ameaça diretamente milhares de pequenos produtores que dependem dessa atividade para sobreviver.

A tilápia é o peixe mais consumido do Brasil, base de uma cadeia que envolve frigoríficos, fábricas de ração, exportadores e milhares de famílias rurais. Atualmente, ela representa cerca de 60% da produção nacional de peixes cultivados, sendo considerada o coração da piscicultura brasileira.
O temor do setor é que essa classificação sirva como porta de entrada para futuras proibições, travando licenças ambientais, financiamentos e investimentos. Criadores afirmam que a criação da tilápia em tanques e viveiros controlados não oferece risco algum à fauna local, já que o manejo é feito de forma segura e regulamentada. Para eles, o verdadeiro impacto viria da paralisação da produção nacional, que poderia beneficiar grandes importadores e multinacionais.

E é justamente nesse ponto que o escândalo se amplia: enquanto o governo ameaça restringir a tilápia nacional, a JBS — uma das empresas mais próximas do governo Lula e historicamente envolvida em escândalos de corrupção — acaba de receber o primeiro carregamento de tilápia importada do Vietnã. A importação favorece diretamente uma empresa que tem laços antigos com o poder, enquanto os produtores brasileiros enfrentam incerteza, medo e possíveis prejuízos irreversíveis.
O sentimento entre os criadores é de indignação e traição. Enquanto os pequenos trabalhadores que produzem alimento no país são tratados como problema ambiental, as grandes corporações recebem de braços abertos o aval para importar e lucrar.
Mais uma vez, o governo mostra duas caras: uma para os amigos, outra para o povo que trabalha. (Fonte: O Piauiense)