A Assembleia Legislativa aprovou, no início da semana, a criação de mais uma secretaria no governo do Estado: a Secretaria do Trabalho, agora desvinculada da SASC (Secretaria de Assistência Social). A nova pasta nasce com centenas de cargos comissionados (DAS), diversas superintendências e previsão de manutenção com custo de milhões de reais.
Antes, essa estrutura funcionava como um departamento da própria Secretaria de Assistência Social, da qual a ex-governadora Regina Sousa pediu afastamento. Em vez de apenas nomear José Santana, ex-presidente da Agespisa e indicado político , para o comando da SASC, o governo optou por criar uma nova secretaria, nomeando o ex-deputado João de Deus para a área social e reservando a nova pasta do Trabalho para Santana, o que acaba por aumentar as despesas públicas.
Enquanto isso, o Estado enfrenta dificuldades para pagar fornecedores e tem priorizado setores como o de infraestrutura, especialmente estradas, visando manter o calendário de inaugurações. Os empréstimos continuam sendo uma prática recorrente. Em um cenário como esse, o mais razoável seria manter as pastas unificadas, principalmente porque suas funções se complementam. Vale lembrar que o Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Wellington Dias, atua justamente na mesma linha: qualificação e encaminhamento de brasileiros ao mercado de trabalho. A criação da nova Secretaria do Trabalho acaba sendo um retrato da política que, mesmo em tempos de crise, não economiza. (Silas Freire)